Bandeiras
De símbolo dos povos originários a elemento político na Bolívia, a Wiphala já deu o que falar. Vamos saber mais sobre esse símbolo? Siga no post!
[Uma bandeira Wiphala hasteada. Imagem: Envato Elements | Reprodução] |
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O QUE É A WIPHALA?
A Wiphala consiste em uma bandeira composta por diversas cores em um padrão quadriculado. Como diversas bandeiras ao longo do mundo, cada cor e elemento quadriculado possuem significados.
O SIGNIFICADO DAS CORES
Dentro da Wiphala, são sete cores, cada uma em sete quadrados, completando quarenta e nove ao todo. De modo geral, a variedade de cores representa a diversidade dos povos andinos.
Pensando a cada cor, por sua vez, existem os seguintes significados:
🟥VERMELHO: é a Mãe Terra ou Pachamama, sendo a representação da divindade maior dos indígenas andinos.
🟧LARANJA: simboliza a cultura e a sociedade.
🟨AMARELO: é uma representação da energia e força.
⬜BRANCO: é a cor que simboliza o tempo.
🟩VERDE: simboliza a produção e economia dos Andes.
🟦AZUL: é a cor que expressa o infinito e o espaço cósmico.
🟪VIOLETA: represenra a ideologia e a política andina.
COMO ELA PASSOU A SER ENTENDIDA COMO SÍMBOLO DOS POVOS ORIGINÁRIOS?
Como vários símbolos históricos, há inexatidão nas datas de origem. Ela teria sido inventada pelos diversos povos indígenas do Império Inca (1438 - 1533), na região dos Andes.
Esses povos originários andinos - como quéchuas e aimarás - a usavam como símbolo sagrado nas festas e eventos sociais, e na Agricultura. Na colonização espanhola, virou símbolo de resistência.
Espacialmente, vai além dos Andes na Bolívia. A Wiphala representa etnias do Peru, Equador, Argentina, Chile e Paraguai.
A TRANSFORMAÇÃO EM SÍMBOLO BOLIVIANO
Em 2009, uma nova constituição foi promulgada pelo então presidente Juan Evo Morales Ayma (Evo Morales). A bandeira Wiphala passou a ser um símbolo oficial boliviano, junto com a bandeira nacional e outros símbolos.
Além disso, foram reconhecidas trinta e seis nacionalidades bolivianas, correspondentes aos povos originários, bem como o nome do país passou a ser Estado Plurinacional da Bolívia.
Mais de 60 % dos bolivianos se consideram indígenas. Quéchuas e aimarás são quase dois terços do total.
Existe uma via-de-mão-dupla na Wiphala como símbolo nacional. Ela se tornou oficialmente um símbolo boliviano por ser um símbolo dos povos originários, e, na outra direção, fez com que esses povos se sentissem representados na política.
A falta de representatividade no governo federal boliviano, sequer numa bandeira, ocorreu por muitos anos. Houve um presidente, inclusive, que só falava inglês e um parco espanhol - Gonzalo Sánchez de Lozada, governante entre 1993 e 1997 e entre 2002 e 2003.
A REJEIÇÃO A EVO MORALES E A ASSOCIAÇÃO À BANDEIRA
A Wiphala é um símbolo que vai além de Evo Morales ou outros presidentes. Apesar disso, por conta de ser ele o promotor da institucionalização como símbolo nacional, houve quem a interpretasse como símbolo político de Evo.
Quando Evo Morales renunciou após a tentativa de quarta reeleição, houve movimentos pró e contra o ex-presidente. Movimentos pró Morales usavam a Wiphala como símbolo, enquanto movimentos contrários usavam as cores da bandeira oficial boliviana (vermelho, amarelo e verde) e até queimavam bandeiras Wiphala.
A associação a Evo fez com que caísse a popularidade da Wiphala como símbolo. Com a queda do poder, a senadora Jeanine Áñez assumiria como presidenta interina.
No Brasil, movimento semelhante ocorre. De um lado, há repulsa a objetos vermelhos, e de outro, de verde e amarelo. Assim como na Bolívia, há errôneas associações de símbolos a políticos.
MUDANDO DE CONTINENTE...
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