História
A
Revolução Industrial trouxe um grande avanço no modo de produzir bens de
consumo, elevando a velocidade com que se produzia e também reduzindo os custos.
Porém, o modelo industrial começou de uma forma diferente da que conhecemos,
ainda muito baseado em grandes quantidades de mão-de-obra empregada, em
jornadas exaustivas e condições insalubres. Junto com o crescimento da
produção, foi preciso criar um mercado consumidor para esta produção e reduzir
custos a fim de tornar viável a criação deste mercado, e parte dessa evolução
passou pelo desenvolvimento destes processos produtivos, outra parte passou
pela ação sindical.
[Esquema de uma linha de montagem
Imagem: Cargo Collective]
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O
Taylorismo foi um conjunto de medidas criadas pelo Engenheiro Mecânico Frederick
Winslow Taylor (1856 - 1915), baseadas na ideia de que cada operário deveria
realizar uma única tarefa, da forma mais rápida quanto possível, sem conhecer
de que forma toda a montagem de produtos se dá da matéria-prima ao produto
final.
Criou-se
um processo de divisão e especialização em cada etapa do trabalho, em que
apenas os gerentes conheciam toda a cadeia produtiva. Então começou toda a
discussão em relação ao processo de alienação do empregado, que não vê o
resultado do seu trabalho naquilo em que está fazendo (para ver mais sobre o
assunto, leia os posts sugeridos) e a atividade sindical em contraponto a isso.
Mais
tarde, Henry Ford (1863 - 1947) introduziu o fordismo, que foi um Taylorismo
aprimorado com a inclusão de uma esteira que vinha trazendo o automóvel a
cada ponto fixo de estágio de montagem, onde um ou mais operários, de acordo
com a necessidade e dispondo das ferramentas necessárias, realizavam suas
atividades de maneira ainda mais rápida. A produção aumentou, os preços caíram
– em 1908, um Modelo T da Ford custava 850 dólares, caindo para 300
dólares em 1927 – e os funcionários passaram a ganhar salários que permitissem
com que eles integrassem um mercado consumidor.
Os
automóveis deixaram de ser um bem de luxo para ser um bem acessível com tal
queda de preço, e o modelo fordista impulsionou a indústria de outros setores,
sendo adotado em boa parte do mundo. Ainda hoje há indústrias que se baseiam
nesta forma de produzir. Porém, lá pelos anos 1950, a indústria Japonesa não
poderia se encaixar neste contexto. Os recursos eram mais escassos e não
poderiam ser desperdiçados em produtos para ficarem ocupando pátios e galpões
de depósitos. Era preciso um modelo mais eficiente.
Atualmente,
se sabe que todo estoque gera custos, que podem ser altíssimos em endereços
comerciais de alto valor, além de que há perda de qualidade do produto final.
Por exemplo, enquanto uma indústria automobilística estoca seus veículos a céu
aberto, com o desgaste na pintura provocado pela ação solar, em sua filial
brasileira, em sua matriz europeia, os mesmos modelos são dispostos em um
edifício-estacionamento mecanizado, aumentando a vida útil da pintura do
veículo ali produzido.
Porém,
para reduzir estoques, no modelo toyotista, foi preciso aproximar as fábricas
de matérias-primas e peças, o que reduz também os custos com transporte destes
materiais, e a entrega ocorre na medida em que se torna necessário o uso dentro
da planta industrial. Também muda a forma com que se produz dentro das
fábricas, onde os funcionários são mais qualificados e sabem diferentes etapas
do processo, tendo liberdade para sugerir melhorias e, com esse conhecimento,
cuidar da qualidade do produto final, o que antes dispendia um funcionário
apenas para este fim.
Esta
qualificação e participação dentro do processo produtivo também reduzem os
problemas com a alienação e repetitividade, e, a longo prazo, enfraqueceu a
ação sindical, visto que houveram melhoras e os funcionários passaram a ter
ganhos maiores e a competir entre si. Também se sentem mais realizados em suas
atividades, mais integrados.
A
grande vantagem do modelo toyotista em relação aos anteriores é a flexibilidade,
chamada de just-in-time, ou ajustamento entre produção e fornecedores de acordo
com a demanda, reduzindo os estoques, como antes mencionado. Porém, sua falha
(no caso específico da Toyota) foi em aderir a mais fornecedores do que o seu
controle de qualidade externo consegue monitorar, defeito que deve ser
corrigido ao longo do tempo.
Aliás,
ao longo do tempo, outros modelos de produção e estrutura de trabalho podem ser
criados e ir evoluindo. Do Taylorismo ao Toyotismo, da prancheta ao BIM, o
setor industrial está em constante evolução e se adaptando às novas
necessidades e aos novos contextos histórico-econômicos.
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