O
estudo da termodinâmica faz parte dos interesses de químicos e físicos, no uso
dos processos das transferências de calor para benefício geral. Sob o ponto de
vista da Química, recebe o nome de Termoquímica. Quando ocorrem reações químicas,
se a energia dos reagentes for maior que a energia dos produtos, dizemos que
houve liberação de energia. Analogamente, se a energia dos reagentes for menor
que a dos produtos, dizemos que houve absorção de energia pelo sistema. Calor
(Energia Térmica) ou trabalho térmico são formas de energia em trânsito.
Quando
precisamos estudar formas de transmissão de energia específicas, consideramos
um sistema, ou seja, uma região delimitada na qual estamos interessados. O que
o circunda nas proximidades é chamado de vizinhança.
As
transformações de energia podem acontecer em três tipos diferentes de sistemas:
- Aberto: há trocas de matéria e
energia do sistema com o meio externo.
Exemplo:
Um béquer aberto contendo água.
- Fechado: há troca de energia com
o meio externo apenas.
Exemplo:
Um béquer com tampa contendo solução aquosa de cloreto de sódio. As paredes
deste béquer são diatérmicas, ou seja, permitem trocas de calor.
- Isolado: condição (geralmente ideal)
em que não há trocas energéticas com as vizinhanças.
Exemplo:
Calorímetro ideal, garrafa térmica. O envoltório externo destes sistemas
constitui uma parede adiabática, isto é, não permite trocas de calor com
as vizinhanças. A palavra adiabática vem do grego e significa “não passa
através”.
A
Primeira Lei da Termodinâmica diz que as modificações da energia interna (capacidade
total de realizar trabalho) de um sistema podem ser descritas como a soma da
quantidade de energia térmica (q) variante mais a energia transferida para ou
por um sistema na forma de trabalho (w), na relação:
ΔU = q + w.
Calor
é a transferência de energia que resulta em diferença de temperatura. Sua
unidade é o Joule (SI), que é representada pela letra J maiúscula. Quando há
apenas transferência de energia na forma de calor:
ΔU = q.
O
trabalho pode ser definido como o movimento contra uma força, ou como a
variação de energia cinética. Em termos de forças, é definido, pela Física, da
seguinte maneira:
ΔK = w = Fd cos θ.
Em
que F é o módulo da força que atua sobre uma partícula, d é o módulo do deslocamento
e θ
é o ângulo formado entre estes dois vetores. Para a Química, é relevante a
seguinte expressão, quando apenas há transferência de energia na forma de
Trabalho:
ΔU = w.
Podemos
enunciar a Primeira Lei da Termodinâmica como:
A energia interna (U) de um sistema isolado
é constante.
Se
um sistema sofre transferência de energia térmica, recebendo-a, q é positivo –
variação endotérmica. Quando o sistema perde calor, o valor atribuído à q é
negativo – variação exotérmica. Em relação ao trabalho, quando um sistema
realiza trabalho nas vizinhanças, w é negativo e, se um sistema sofre ação de
trabalho das vizinhanças, w é positivo.
No
caso de trabalho de expansão, temos que considerar dois casos. Considere os exemplos:
Exemplo 1: Dióxido de carbono é
formado da decomposição térmica do carbonato de cálcio e se expande “empurrando”
sua vizinhança.
Exemplo 2: Essa mesma reação
acontece em um recipiente fechado, de volume constante, o gás enche esse recipiente,
provocando um aumento pequeno de pressão interna, mas não se expande em relação
a sua vizinhança. Como resultado, não realiza trabalho de expansão na sua
vizinhança, e, ΔU = q.
Quando
uma variação de energia térmica ocorre à pressão constante, chamamos a quantidade
de calor transferida (pelo sistema ou pelas vizinhanças) de Variação de Entalpia.
A quantidade de calor inicial é chamada de entalpia inicial (Hi)
e a quantidade de calor final é chamada entalpia final (Hf).
Então, reescrevemos as nossas equações da seguinte forma:
ΔU = q + w.
Como
ΔH = q, quando a pressão é constante,
ΔU = ΔH
+ w
Como
ΔH = Hf
– Hi,
ΔU = (Hf
– Hi) + w.
Ou,
mais detalhadamente,
ΔU = (ΣHf
– ΣHi)
+ w. □
Quando
ΔH é positivo, o processo é endotérmico. Quando ΔH é negativo, o processo é exotérmico. Quando uma dada
variação de entalpia ocorre para uma reação química, a mesma variação de
entalpia, todavia com sinal contrário, ocorre na reação inversa, pois se uma é
endotérmica, a inversa será exotérmica. Observação: Isto vale para uma
mesma temperatura. A relação ΔU
= (ΣHf
– ΣHi)
+ w. é valida porque ΔH
é uma função de estado, ou seja, não importam as etapas, se um conjunto final
de reações chegar a um mesmo resultado, dados os mesmos reagentes iniciais, a
variação de entalpia será a mesma, à uma mesma temperatura. Exemplo: a entalpia
de fusão somada à de vaporização é igual à entalpia de sublimação, a uma mesma
temperatura. Do mesmo modo, a entalpia de ressublimação, é igual à entalpia de
sublimação, todavia com sinal contrário, bem como é igual à soma das entalpias
de condensação e solidificação, a uma mesma temperatura.
Este
é o princípio da Lei de Hess, quando falamos de reações ou mudanças de estado
físico, também, onde somamos as variações de entalpias das reações intermediárias,
para obter a entalpia de uma reação que, dadas as mesmas quantidades de
reagentes, gerem os mesmos produtos.(Reações elementares gerando uma mesma reação total). Outro conceito importante é que a variação
de entalpia é diretamente proporcional ao número de mol dos reagentes. Se uma
reação entre A e B gera C e D, com um dado valor de ΔH, uma reação de 2A e 2B que gera 2C e 2D terá
variação de entalpia de 2ΔH.
Se
uma reação é exotérmica, consideramos calor como um ‘produto’ ao enunciar a
reação. Se a reação for endotérmica, consideramos calor como um ‘reagente’.
Em
breve, novos posts sobre o assunto serão disponibilizados.
0 Comentários
Seu comentário será publicado em breve e sua dúvida ou sugestão vista pelo Mestre Blogueiro. Caso queira comentar usando o Facebook, basta usar a caixa logo abaixo desta. Não aceitamos comentários com links. Muito obrigado!
NÃO ESQUEÇA DE SEGUIR O BLOG DO MESTRE NAS REDES SOCIAIS (PELO MENU ≡ OU PELA BARRA LATERAL - OU INFERIOR NO MOBILE) E ACOMPANHE AS NOVIDADES!