“Mais
uma vez as forças e interesses contra o povo coordenaram-se novamente e se desencadeiam
sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam e não me dão o
direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para
que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os
humildes. Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e
espoliação dos grupos econômicos e financeiros, fiz-me chefe de uma revolução e
venci. Tive de renunciar. Voltei ao Governo nos braços do povo. A campanha
subterrânea dos grupos internacionais aliou-se às dos Grupos nacionais
revoltados com regime de garantia de trabalho. A lei de lucros extraordinários
foi detida no Congresso. Contra a Justiça da revisão do salário mínimo se
desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencialização das
nossas riquezas através da Petrobrás; mal esta começa a funcionar, a onda de
agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculizada até o desespero. Não querem
que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente.
[...]
Lutei
contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado
de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos
dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o
primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na
História.”
(VARGAS, Getúlio. Carta Testamento em:
SODRÉ, N. W. Formação Histórica do Brasil. Brasiliense, 1973. p.412-3)
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