Neste post
estão resumidos os principais acontecimentos deste período na História do
Brasil. As eleições de 1945 marcaram o fim da Era Vargas e o início do período
Liberal-populista ou Democrático Concorreram as eleições presidenciais de 45 os
candidatos Eurico Gaspar Dutra [PSD/PTB], Yedo Fiúza [UDN] e Eduardo Gomes
[UDN], saindo o Gen. Dutra [“o indicado de Getúlio”] vitorioso. O período é
marcado pelo populismo, prática de apelo emocional às massas principalmente
urbanas, usando o culto à imagem do governante entre outras práticas – destaque
ao governante – ser “humano”.
A imagem do
governante era cultuada como um ídolo, estando em quadros nas paredes de
residências, característica marcante no 2º período de governo Vargas.
Governo de Dutra
– 1946-51
No governo de Dutra, o liberalismo econômico
prevaleceu até 1947, quando Dutra teve de intervir na importação de bens
supérfluos, reequilibrando a balança comercial brasileira. A nova constituição
foi promulgada, a quinta e mais democrática até então, definia o voto secreto e
universal, existência dos três poderes... Todavia negros e analfabetos ainda
não poderiam votar.
O plano SALTE
– Saúde, ALimentação, Transporte e Educação – foi implantado, não obtendo êxito
em boa parte de suas metas. Dele surgiu a rodovia RJ-SP chamada também de
Presidente Dutra.
Em 18 de setembro
de 1850 – primeira transmissão de TV no país. Antes dela, já havia pessoas que
importavam televisores estrangeiros.
Apesar da
promulgação de uma constituição democrática, havia certa “cautela” no recebimento
de judeus em nosso país, fato comprovado recentemente em telegramas confidenciais
do Itamaraty.
Foi neste
período que ocorreu a cassação do registro do PCB, que passou a atuar na ilegalidade,
motivada principalmente pela adesão do governo do Brasil ao bloco capitalista
em plena guerra fria.
O Encore do
Pai dos Pobres (Getúlio Vargas) – 1951-54
A passagem de cinco anos de redemocratização
do país não fez surgir novos líderes políticos. Elegeu-se com 48%, disputando
com Eduardo Gomes [UDN] e Cristiano Machado [PSD]. Getúlio [PTB] elegia-se
pelas mãos do povo. Vargas adotou postura nacionalista, mas teve de assumir
compromissos de abertura ao capital estrangeiro devido ao apoio informal do
PSD. Promoveu a estatização das reservas de petróleo nacionais e criou a
Petrobrás em 1953. Em parceria com seu Ministro do Trabalho, Jango, promoveu um
aumento de 100% no salário mínimo; medida populista.
A Lei de
Lucros Extraordinários foi proposta por Vargas e barrada no congresso. Contrariava
interesses de grupos Internacionais não queriam restrições ao envio de remessas
de lucros às suas matrizes no Exterior.
O jornal Tribuna de Imprensa era um meio de
Carlos Lacerda [UDN] difundir ideias oposicionistas( conhecido pela famosa máxima: “O Futuro não é
o que se teme, é o que se ousa”). Em contrapartida, o jornal Última Hora
publicava notícias com fundo governista. Carlos Lacerda contra-atacou na época,
acusando Getúlio de patrocinar a UH.
Numa tentativa
de assassinato de Carlos Lacerda, o “atirador” atinge e mata Gregório Fortunato,
culminando numa crise interna que tornaria insustentável a permanência de
Getúlio no poder e, em 24 de agosto de 1954 Última Hora noticiava: “Matou-se
Vargas!” – Este fato culminou com uma enorme comoção popular, resultado das
práticas populistas aliado ao famoso texto da Carta-testamento: “Saio da
vida para entrar na História.”
Situação Provisória: Café Filho (1954-55)
Ao findar o luto, o vice de Vargas assume o
governo, retomando a política econômica deixada de lado por Vargas. Enquanto
isso, se armava a disputa presidencial.
Juscelino
Kubitschek e seu desenvolvimentismo (1956-1961)
A campanha
foi polarizada por Juscelino Kubitschek e Juarez Távora, sendo o primeiro o vencedor.
João Goulart assume como vice, obtendo maior nº de votos que Juscelino. Os anos
JK são conhecidos pela tranquilidade política e altas taxas de desenvolvimento
econômico [50 anos em 5]. JK assumiu na data prevista e deixou o cargo do mesmo
modo. A oposição [UDN] ficou isolada
devido a forte aliança política governista.
Neste momento
foi forte o desenvolvimento da indústria de bens duráveis como automóveis
[Instalação da Volkswagen no Brasil], eletrodomésticos, etc. pela iniciativa
privada estrangeira facilitada pelo governo.
O Plano de
metas foi um plano sócio-politico-econômico que obteve êxito em 70% de suas
metas para energia e transporte embora tenha sido inexpressivo no quesito metas
educacionais.
[Esboços de
Brasília feitos por Niemeyer.]
As capitais brasileiras até então estavam em pontos de fácil invasão no caso de conflito internacional, e foram invadidas diversas vezes na História brasileira. Além disso, o interior do país era pouco povoado. Para curar estas duas deficiências, Brasília foi concebida em meio ao Cerrado. A associação de Niemeyer [1907- 2012] a Lúcio Costa [1902 - 98], aliada às contribuições paisagísticas de Burle Marx [1909 – 94], de artistas como Athos Bulcão [1918 - ], de engenharia das equipes da Novacap, dirigida por Israel Pinheiro [1896 – 1973], e aos milhares de trabalhadores [candangos] que migraram de diversas regiões do Brasil para trabalhar na construção da cidade, inaugurada em 21 de abril de 1960 e tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade em 1987 pela UNESCO.
Com a criação
de Brasília e o aumento da demanda energética, era necessária a construção de
uma nova hidrelétrica, pois o país necessitava de pelo menos mais 1 500 MW para
evitar um colapso energético. Furnas foi inaugurada em 1963, a terceira maior da
época.
Este período
ficou conhecido como a era do rádio e da bossa-nova. Enquanto a televisão
engatinhava, o rádio era o principal meio de comunicação e entretenimento
[orações, novelas, humorísticos, noticiários, programas de auditório, concursos
de rainha do rádio, etc.]. Bossa-nova, ritmo musical embalado pela nova ordem
social do país era também um apelido presidencial.
Jânio
Quadros: o político de carreira “meteórica” (1961) –
Jânio Quadros foi eleito presidente do Brasil
sem surpresas, pela rapidez com que chegou ao cargo: em 1947 foi eleito
vereador de São Paulo, deputado estadual em 1950, prefeito em 1953, governador
de SP em 1954, deputado federal em 1958 e por fim, presidente em 1961, concorrendo
com Henrique Teixeira Lott e vencendo por 48% dos votos. Em seu governo, destacou-se
seu jeito de governar: adorava usar bilhetinhos para resolver assuntos
corriqueiros como proibição das rinhas-de-galo, uso de biquínis nas praias e
lança-perfume; em detrimento da resolução dos grandes problemas nacionais, o
que transformou expectativa em decepção em quem o votou. Mascarava sua falta de
propostas concretas em relação à corrupção com discursos impecáveis de um
professor de língua portuguesa que era. Seu símbolo de campanha foi uma
vassoura.
Em 25 de agosto de 1961, sete anos e um dia
após o primeiro pai dos pobres falecer, o segundo tentava se consolidar. Jânio
envia uma carta de renúncia ao Congresso, que acatou o pedido. Para surpresa de
Jânio, o povo não pediu a sua volta e Jango foi empossado, em situação
conflituosa.
O governo de
Jango – João Goulart (1961-1964)
Jango teve problemas ao assumir. Estava em missão oficial à China e, portanto era um perigoso comunista. Políticos nacionais defendiam a permanência do interino Ranieri Mazzilli até novas eleições, o que não aconteceu.
Em dezembro
de 1961, o país se torna uma república parlamentarista, em um regime político
frágil que se desmantelou em janeiro de 63, com um plebiscito popular que
trouxe o país novamente a condição de república presidencialista.
Jango nomeia
um conjunto de notáveis e lança planos trienais e reformas de base [agrária,
tributária, financeira e administrativa] que implicavam em um impasse com a
entrada de capitais estrangeiros pelo caráter esquerdizante. Em 65, o plano
havia fracassado totalmente e o governo perdeu o controle da economia do
Brasil.
O PTB de
Jango era fortíssimo, porém não controlava sozinho o Congresso e ficava a mercê
de facções anti e pró Jango. A UNE e a Igreja Católica mobilizavam-se em torno
de mudanças.
Em 13 de
março de 1964, Jango fala a um público de mais de 150 mil pessoas em seus novos
projetos de reforma agrária e urbana, mudança de impostos taxando os mais
ricos. Isso acelerou o golpe que pretendia derrubá-lo promovido pela classe
média, governo estadunidense, elites e forças armadas. O gen. Castelo Branco
lidera o movimento e promove uma marcha com 500 mil pessoas em São Paulo, em
resposta. Em pouco tempo o movimento “antijango" espalhou-se em nosso país
e foi aderido pelos principais governadores. Leonel Brizola, seu cunhado e
governador gaúcho, tentou armar um contragolpe, mas Jango não quis fazê-lo, por
ter consciência das consequências de uma guerra envolvendo civis e as inúmeras
mortes que isso causaria. Assim, em 1964, se encerra o período
Liberal-Populista e inicia o período conhecido como Ditadura Militar.
Para saber mais sobre este tema, recomenda-se as seguintes fontes de pesquisa:
- VICENTINO,
Cláudio. História do Brasil/ Cláudio Vicentino, Gianpaulo Dorigo – São Paulo:
Scipione, 1997. (Todo o período);
- www.arquivoestado.sp.gov.br
(Edições digitalizadas do Jornal Última Hora);
- www.infobrasilia.com.br;
- www.memorialjk.com.br.
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