Biografias
Carlota Portella foi uma famosa professora e coreógrafa brasileira. Ela não apenas dançou, mas ensinou e encantou. Iremos revisitar sua trajetória, desde o nascimento, até a perda dela, em agosto de 2024.
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[Participação de Carlota Portella como jurada na Dança dos Famosos. Imagem: g1 | Reprodução] |
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QUEM FOI CARLOTA PORTELLA?
Carlota Maria de Sanson Portella nasceu em 1950, no Rio de Janeiro. Ela viveu a maior parte de sua vida nessa mesma cidade e lá se tornou uma referência da dança.
Desde os primeiros anos, Carlota Portella se dedicou à dança. Ela estudou balé clássico entre os oito até dezesseis anos de idade.
Depois ela iria expandir seu foco de atuação. Além do balé, passaria para a jazz dance e pela dança contemporânea.
A DESCOBERTA DO JAZZ DANCE E MAIS DE SUA FORMAÇÃO
O jazz dance viria na época onde ela estudou na Acadèmie Internationale de la Danse (Academia Internacional da Dança), em Paris. Ao voltar para o Brasil, seguiu se aprimorando em dança no Ballet Dalal Achcar, no Rio de Janeiro. Viria a trabalhar lá como professora.
No ano de 1976, Carlota receberia uma bolsa da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), para participar de um curso de animação e administração cultural de balé, na Ópera de Paris. Também viria a estudar no Mudra, escola de Maurice Béjart (1927 - 2007), na Academia London Dance Centre e na Escola Rosella Hightower, em Cannes, França. Foi um período para o estudo de dança que contemplou essas e outras escolas na França e na Inglaterra.
O PRIMEIRO ESPETÁCULO E OS ANOS 1980
Em 1981, ela recém havia criado a Academia de Dança Carlota Portella. Outro marco seria o primeiro espetáculo dessa Academia, o "Vacilou, Dançou".
Em 1982, um novo passo: a fundação da sua própria escola de dança, a Jazz Carlota Portella, hoje chamada de The Jazz, no bairro Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Essa escola possui um modo particular de ensino de jazz e balé clássico, onde junto com os professores, ela criou um programa de ensino não formalizado, com acompanhamento pedagógico permanente.
Pela parceria com uma psicomotricista - Rosana Fachada - o ensino a crianças de três a oito anos envolve não só a dança, mas o estímulo à criatividade e improvisação. Jogos são usados como recurso pedagógico.
As ações da Jazz Carlota Portella envolvem também a equipe interna. Ocorrem seminários internos e workshops com artistas convidados, o que traz frescor e novos conhecimentos, com renovação estética.
Além da criação da escola e do primeiro espetáculo, vieram outros, como Porto (1982), Trapos e farrapos (1983) e Amor, mito bailarino (1984). São espetáculos acentuados no Jazz e inseridos num momento de expansão desse gênero.
Os espetáculos até então tinham forte influência estadunidense. A mudança cênica e dramatúrgica viria em América ladina (1985). Nesse espetáculo também começaria o patrocínio da Shell para a companhia de dança.
Após, vieram:
× Momentos (1986);
× Gauche (1987);
× Procura (1988);
× Viralatas… mas com pedigree (1989),
Esse último, com grande sucesso, foi uma paródia ao musical "Cats".
OS ANOS 1990
Nessa década, a linguagem da dança partiu da linha do jazz para movimentos da dança contemporânea. Fabricou-se uma corporalidade específica, mudando as composições.
Essas composições partiram de Carlota Portella e de coreógrafos convidados. Desde o jazz dance, foram convidados os estadunidenses Rick Atwell (1949), Doug Caldwell (1955-2016), Max Stone, Michèlle Assaf e o argentino Luis Arrieta (1951). Do Brasil, as parcerias foram com Ana Vitória, Carmen Purri (1956), Ciro Barcelos (1953), Clébio Oliveira, Henrique Rodovalho (1964), Jussara Miranda (1958), Mário Nascimento (1964), Paulo Caldas (1965), Rodrigo Moreira e Tíndaro Silvano (1956).
Nos anos 1990 acontecem novas transições de estilo. Elas envolveram os espetáculos Poetas, escritores, bailarinos... sonhadores (1990); Noturnos (1991); Em cartaz (1992) e Presenças (1993), terminando com Retrospectiva e perspectiva (1994). Carlota Portella gradua-se em Letras e tinha muito gosto pela Literatura, o que deixou traços nos espetáculos.
Em Visões (1999), a coreografia Grito foi uma leitura em dança do universo de Nelson Rodrigues (1912-1980). Esse espetáculo rendeu a Carlota o prêmio Bonnie Bird Choreography Fund, do Laban Centre (sediado em Londres), na oitava edição do Rencontres Chorégraphiques de Seine Saint Denis, em Paris.
A última coreografia de Carlota Portella para o grupo foi O prato da balança (2006), inspirada em Alice Ruiz (1946) e Clarice Lispector (1920-1977). Essa coreografia foi interpretada por Inho Senna, para o Solos de Dança do Sesc, no Rio de Janeiro.
De 1996 até 2005, a Academia de Dança de Carlota Portella passou a receber apoio anual da Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio do Instituto Municipal de Arte e Cultura (RioArte). Esse apoio permitiu a manutenção da companhia, dentro dos incentivos à arte e cultura que existem como política pública.
No ano de 2006, a Academia de dança foi extinta. Nos vinte e cinco anos de existência, Portella esteve à frente de vinte e um espetáculos, apresentados em quase todas as capitais brasileiras, exceto Porto Alegre.
A escola The Jazz seguiu ativa, na mesma casa onde iniciou suas atividades. Também foi aberta uma filial no bairro da Barra da Tijuca, também no Rio de Janeiro, em 2006.
JOGOS PAN-AMERICANOS E A DANÇA DOS FAMOSOS
Vários festivais brasileiros de dança tiveram Carlota Portella como jurada. Além disso, ela também foi jurada em edições do quadro "Dança dos Famosos", dentro do Domingão do Faustão, na TV Globo.
Como coreógrafa, ela participou da abertura dos jogos Pan-americanos, no Rio de Janeiro, em 2007. Percebe-se assim que, como entusiasta da dança, ela foi do popular ao especializado no mundo da dança, querendo contagiar a todos com sua arte.
Contagiar foi palavra-chave. Como professora, ajudou a formar muitos bailarinos. A jornalista e apresentadora Fátima Bernardes, inclusive, diz que voltou a frequentar aulas de dança em 2013, motivada pela felicidade em dançar que era pregada por Carlota.
INFELIZMENTE, A PERDA
Carlota Portella viria a falecer aos setenta e quatro anos, no Rio de Janeiro, em 31 de agosto de 2024. Não houve divulgação da causa da morte, após nota emitida pela escola de dança The Jazz.
Homenagens foram postadas nas redes sociais por amigos como Carlinhos de Jesus e Fátima Bernardes. Naquele dia, o cenário da dança e da arte brasileira ficavam mais tristes.
DA ARTE NA DANÇA À ARTE NA MÚSICA
Se Carlota Portella foi um grande nome brasileiro na dança, outro nome no cenário da arte brasileira foi Carlos Lyra. Na sugestão de post da linha azul 👇🏻, relembre a trajetória de mais esse artista:
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