Estatística
Durante certos estudos estatísticos, existe
a busca por definir se uma hipótese de pesquisa é válida ou não. Em geral, há
embasamento teórico anterior apontando um ou outro caminho, mas o estudo pode
buscar indicar que o observado foi o oposto, inferindo através de uma amostra o
que deve ocorrer na população. Um teste de hipóteses é uma ferramenta
estatística que permite ou não refutar uma hipótese inicial associada a uma
distribuição de probabilidades (curva normal, binomial, t de Student,
qui-quadrado e outras).
[Imagem: Mundo Gump] |
Essa hipótese inicial é chamada de hipótese
nula ou h0. Ela é oposta ao que se deseja provar, que estará contido
em outra hipótese, a hipótese alternativa ou h1. Ao aplicar um teste
de hipóteses, você consegue apenas refutar, ou seja, provar que a hipótese nula
não é válida em favor da alternativa, que é de nosso interesse. É muito
importante entender que um teste de hipóteses apenas consegue provar que h0
não é válida, e não o contrário.
Para começar a ilustrar o que falamos, vamos
pensar que temos desconfiança sobre uma moeda, ou seja, queremos saber se ela é
viciada ou não. Assim, queremos testar a probabilidade de sucesso p, sendo que a hipótese nula é de p = 0,5 e a hipótese alternativa de p ≠ 0,5.
Suponhamos um teste com dez lançamentos. O
número esperado de caras E = np é de
cinco (distribuição binomial). Vamos pensar em duas situações:
1) Obtivemos dez caras;
2) Obtivemos sete caras.
Quando o resultado do teste leva exatamente
ao valor esperado para a hipótese nula, não conseguimos refutá-la direto e a
opção é pela aceitação desta hipótese. Mas quando ocorre um valor diferente, ou
seja, há um desvio, temos de calcular uma probabilidade
de significância, que é a probabilidade de que esse desvio tenha ocorrido
por acaso, em situações iguais ou mais desfavoráveis à não recusa da hipótese
nula.
Na situação das dez caras, calcularemos a
probabilidade de ocorrer as dez caras, assim como a de ocorrer nenhuma cara (o
que é equivalente, neste caso). ps
= P(x = 0) + P(x = 10) (distribuição binomial) = 0,002 ou 0,2 %.
Já para as sete caras, calcularemos a
probabilidade de ocorrerem sete caras ou mais, ou três caras ou menos. Para
esta situação, ps = P(x = 0)
+ P(x = 1) + P(x = 2) + P(x = 3) + P(x = 7) + P(x = 8) + P(x = 9) + P(x = 10)
= 0,344 ou 34,4 %.
Note que para dez caras, a probabilidade de
um desvio assim em relação ao valor esperado é pequena. Já para sete caras, a
probabilidade de significância é maior. Mas avaliar qualitativamente não é o suficiente,
e um teste de hipóteses não se propõe a isso. Então surge o nível de significância (α), que é o
erro máximo que se assume em rejeitar a hipótese nula quando essa for verdadeira.
Costuma-se utilizar este erro de 5 %, mas há estudos que adotam valores de 10 %
ou mesmo de 1 %. O complemento desta probabilidade é chamado de nível de confiança (g).
Se:
ps
> α à não
se consegue rejeitar a hipótese nula;
ps
< α à rejeita-se a hipótese nula em favor da
alternativa, pois a probabilidade daquele desvio era muito pequena.
Com isso, rejeitamos a hipótese nula na
situação 1 e não rejeitamos na situação 2. Que tal ver mais alguns tipos de
testes?
Testes unilaterais e bilaterais
Os testes dependem de uma função densidade
de probabilidade. Em alguns casos, situações simétricas em relação à média
podem ser equivalentes, como nos exemplos da variável número de caras na distribuição binomial.
Vamos supor que queremos comprovar apenas
que uma variável é diferente daquilo que supúnhamos. Temos um teste bilateral, como nos exemplos
anteriores.
No teste unilateral, tem-se uma informação a mais. Ou se um padrão mínimo foi
atingido ou um máximo foi ou não excedido podem ser verificados pelos testes.
No primeiro caso, tem-se um teste unilateral à direita, e no segundo, à
esquerda.
Um exemplo de teste de hipóteses unilateral
à direita seria : “hipótese alternativa: a propaganda na TV promoveu um aumento
de vendas no último mês”. Outro exemplo de teste unilateral, mas à esquerda: “investimentos
em novas creches reduziram a proporção de crianças analfabetas.”
Teste para a média
Hipótese nula h0: média µ = µ0
(média igual à inicial prevista);
Hipótese alternativa h1: média µ ≠ µ0
(média maior, menor ou teste bilateral, verificando-se a questão de pesquisa).
Quando falamos de média, estamos mencionando
a distribuição da média amostral. Na estatística clássica, a média populacional
é determinística, enquanto que as médias variam segundo cada amostra, gerando
uma variável aleatória com distribuição normal. O mesmo vale para as proporções
amostrais.
A estatística deste teste é a distribuição t de Student, com um grau de liberdade
a menos que o número n de elementos
da amostra. Para calculá-la, usamos a seguinte equação:
t =
(xméd - µ0) • n^0,5 / s
Nela, xméd
é a média amostral, µ0 é
a média populacional/prevista e s é
o desvio-padrão experimental/amostral.
Teste para a proporção
Hipótese nula h0: proporção p =
p0 (proporção/probabilidade de sucesso em cada evento igual à inicial prevista);
Hipótese alternativa h1: proporção p ≠
p0 (proporção maior, menor ou teste bilateral, verificando-se a
questão de pesquisa).
A estatística deste teste é a distribuição normal (z), com o número n de elementos da amostra sendo grande
(em geral, acima de 30). Para calculá-la, usamos a seguinte equação:
z =
(y’ - np0) / [np0 • (1 - p0) ]^0,5
Nela, p0
é a proporção inicial prevista. Para obter y’, devemos começar verificando a proporção
observada ṕ = y/n, sendo y o número
de observações com a característica de interesse. Se y > np0, y’ = y - 0,5, ou se y < np0, então y’ = y
+ 0,5. Esse valor y’ decorre de correção de continuidade, para definir um
teste unilateral (ou a proporção é maior do que a esperada, ou menor, querendo-se
testar isso).
Teste qui-quadrado
Através das contribuições de qui-quadrado em
uma tabela de contingência, informa se há associação ou não entre variáveis
qualitativas. Para mais detalhes, clique aqui.
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👉 E ainda mais
para você: Medidas
estatísticas - tendência central e de dispersão
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