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#FicaADica
Os
revestimentos cerâmicos (pisos e azulejos) se destacam pela excelente
durabilidade; facilidade de limpeza; variabilidade de cores, texturas e
formatos; entre outras características. O Brasil, por sua tradição advinda de
sua origem portuguesa, e também por os revestimentos cerâmicos terem deixado de
ser apenas de uso restrito às áreas molháveis para ocupar inclusive fachadas,
teve um intenso crescimento da produção e aplicação ao longo dos últimos anos,
e deve seguir desta forma por muito tempo.
Para
aplicações residenciais ou comerciais, é interessante tomar alguns cuidados
desde a escolha até a aplicação de revestimentos cerâmicos, para que todos os
benefícios (principalmente a durabilidade) possam ser usufruídos:
[Imagem: Mundo das Tribos] |
1) Escolha do piso/azulejo: deve levar em
conta o tipo de aplicação e o local. Para azulejos, é preferível usar peças
menores e mais claras para fachadas e/ou locais muito expostos à insolação,
onde as dilatações térmicas são menos expressivas e geram menores tensões
térmicas. Quando falamos de pisos, é importante que estes sejam antiderrapantes
(principalmente em ambientes externos) e que tenham um índice de PEI adequado
ao uso, que varia de 0 a 5, sendo os pisos enquadrados na faixa de 1 a 5. Este
índice indica a resistência à abrasão, sendo demonstradas a seguir as
aplicações para cada valor:
PEI 1 – Tráfego Leve. Ambientes onde se caminha geralmente com
chinelos ou pés descalços (banheiros e dormitórios);
PEI 2 – Tráfego Médio. Ambientes onde se caminha normalmente com
sapatos (demais dependências residenciais – exceto cozinhas e entradas);
PEI 3 – Tráfego médio-intenso. Ambientes onde se pode caminhar com
alguma sujeira abrasiva (cozinhas, corredores);
PEI 4 – Tráfego Intenso. Locais com tráfego permanente de pessoas
(lojas, restaurantes, shoppings);
PEI 5
– Tráfego super-intenso. Locais com tráfego intenso de pessoas (aeroportos,
fábricas, garagens).
Porém,
muitas fábricas ou não apresentam o PEI, ou o apresentam de maneira errônea,
como sendo a sigla para a indicação de uso, que é a outra forma de escolher um
revestimento cerâmico. Algumas delas são:
CL - Comercial Leve - tráfego mediano de pessoas sem o trânsito de
equipamentos, áreas comuns de condomínios, lojas sem estoques, corredores de
hotéis, etc.;
CP - Comercial Pesado - tráfego intenso de pessoas com trânsito
eventual de equipamentos leves, hall de entrada de hotel ou edifício comercial,
corredores secundários de shopping center, cozinha industrial, escolas,
hospitais, museus, mercado de bairro, etc.;
FA – Fachada - paredes externas e fachadas. Alguns produtos FA
também podem ser utilizados em pisos, por isso podem apresentar duas siglas,
Exemplo: FA-CL;
HT – Todos os ambientes residenciais, garagens e varandas, com ou
sem acesso às áreas externas;
IU - Industrial e Urbano - tráfego intenso de pessoas e trânsito
leve de equipamentos e veículos, calçada, shopping center, supermercado, home
center, praça, metrô, etc.;
RE – Residencial - tráfego leve de pessoas, áreas privativas em
residências e condomínios;
RI - Revestimento Interno - paredes internas, não sendo indicada a
sua utilização em pisos;
XT -
Áreas externas e todos os ambientes residenciais, prédios públicos e
comerciais, com ou sem acesso a áreas externas.
Resistência
ao manchamento e outras características podem ser importantes também na escolha
de um revestimento cerâmico;
2) Escolha da desempenadeira: A altura dos
dentes da desempenadeira, em conjunto com as dimensões da peça cerâmica, podem
exigir a dupla colagem (veja a seguir). Este procedimento pode ser dispensado
se os dentes foram maiores do que 10 mm (até 12 mm);
3) Dupla colagem: na aplicação de argamassa
colante, para qualquer peça cerâmica em substrato de reboco ou contrapiso
(usam-se colas em gesso acartonado), se deve espalhar com a parte lisa da
desempenadeira e fazer dentes com a parte dentada. Quando as peças cerâmicas tiverem
mais do que 900 cm² de superfície (uma peça de 30x30 cm, por exemplo), se deve
fazer este mesmo espalhamento no tardoz (parte oposta à que ficará exposta ao
exterior). Nunca se deve colar com bolas de argamassa no tardoz;
4) Respeite os tempos: geralmente não
há um tempo para misturar as argamassas colantes, mas estas devem ser
homogeneizadas até que não tenham grumos. Também se deve respeitar um tempo
para reação dos componentes, onde se deve remisturar a argamassa colante antes
de aplicá-la; assim como um tempo máximo para ajustes de posição (tempo de
ajustabilidade), tempo para aplicação com garantia de haver aderência (tempo em
aberto) e tempo máximo de uso - estes tempos são informados pelos
fabricantes;
5) Escolha da argamassa colante: a argamassa
colante depende também do local de aplicação. Para ambientes internos, basta um
cimento cola ACI, mas para aplicações externas, os tipos ACII e ACIII e
derivados são recomendados;
6) Rejuntamento correto: tanto os rejuntes
comuns (à base de cimento Portland) como os do tipo epóxi exigem um mínimo de
72h após a aplicação do revestimento para rejuntamento. Devem-se respeitar as
quantidades de água para rejuntes de cimento, e o tempo após a aplicação para
usos em piscinas (enchimento da piscina) no caso de rejuntes epóxi. Em vários
casos, com peças cerâmicas porosas ou bastante rugosas, é preciso isolar a peça
para não manchar e, em caso de rejunte epóxi, é praticamente impossível remover
depois, por isso, mesmo se o acabamento for muito melhor, o cuidado é redobrado;
7) Molhagem: a única molhagem possível é a
das peças cerâmicas antes do corte com máquinas como esmerilhadeiras e serras
mármore, se já houver um planejamento das dimensões dos cortes, que devem ser
reduzidos ao máximo e colocados preferencialmente longe de regiões potenciais de
quebra (extremos de pisos externos, por exemplo), porém esta molhagem pode
ocorrer apenas bem antes da aplicação. Durante a aplicação, as peças devem
estar secas e limpas, e o substrato deve estar limpo também;
8) Armazenamento: As peças cerâmicas devem
ter armazenamento em pilhas verticais (peças na vertical) com altura máxima de
dois metros. Esta altura cai para 1,5m, em local coberto e abrigado de umidade
para sacos de cimento cola.
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