Variedades
De
uma forma mais grosseira, aprendemos que uma árvore é formada basicamente de
raiz, tronco ou caule e copa. Mas, possui estruturas internas que interessam às
mais diferentes ciências, seja para entender o comportamento da árvore quando
viva, seja para analisar o comportamento mecânico da madeira como material de
construção.
[Imagem: Arbóreo.net] |
A
casca da árvore possui clara função de proteção, recobrindo o lenho da árvore e
contendo vasos de condução de seiva elaborada das folhas para o lenho. Ela se divide em casca interna, cortiça ou
camada cortical, que é um tecido morto e bastante usado para a fabricação de
rolhas de garrafas de vinho e base para murais, cuja exploração não implica no
corte da árvore; e em casca interna, líber ou floema, que é um tecido vivo,
onde ocorre a circulação da seiva elaborada.
Junto
ao líber, há o câmbio ou usina-da-madeira, com tecido merismático, onde
açúcares e amido são transformados em celulose e lignina. Logo em seguida,
adentrando ainda mais a madeira, há o lenho, que a seção de sustentação da
madeira, cujo crescimento ocorre de maneira diferente ao longo do ano,
demarcando anéis de crescimento, por sucessivas camadas de lenho inicial (em
inglês, earlywood) e lenho tardio (em inglês, latewood). Estes anéis são um
indicativo de condições de crescimento da árvore, apresentando irregularidades
que podem ser advindas de ataques de insetos e pragas, estiagens, etc.
Em
regiões de clima temperado, o lenho inicial se desenvolve na primavera, se
estendendo pelo verão em regiões tropicais. De maneira semelhante, o lenho
tardio se desenvolve no verão em regiões temperadas e no outono-inverno em
regiões tropicais. Estruturalmente, as fibras formadas em lenho inicial possuem
maior afastamento, enquanto as formadas em lenho tardio são mais próximas. Essa
diferenciação é facilmente percebida na seção transversal da madeira.
Se
a menor divisão do lenho é em anéis contendo lenho inicial e tardio, sua maior
divisão é em cerne e alburno. O alburno (em inglês, sapwood) é uma região em
que ocorre a circulação da seiva bruta, com células vivas e atuantes. Já o
cerne (em inglês, heartwood) possui cor bem mais escura do que o alburno, além
de maior resistência mecânica, com células mortas e esclerosadas. Suas células
um dia já foram células de alburno, as quais ficaram com paredes mais espessas
por impregnações sucessivas de tanino, corante, lignina e resina.
A
região de cerne é mais resistente aos esforços mecânicos do que a de alburno,
com maior massa específica e compacidade, maior durabilidade e menor ataque de
pragas quando na forma de madeira na construção civil.
A
medula é uma região central que permanece como vestígio da árvore jovem, sendo
um tecido avermelhado de aspecto esponjoso, desmanchável com as mãos quando na
forma de madeira, constituindo um defeito. Já os raios medulares constituem o desenvolvimento
transversal-radial de células lenhosas, possuindo função de transporte e
armazenamento de nutrientes. Na madeira, criam um efeito estético e decorativo,
e, estruturalmente, amarram as fibras reduzindo variações exageradas de volume frente
às variações do teor de umidade nas fibras.
Indo
ainda mais a fundo na estrutura das árvores, podemos pensar na composição
química. As madeiras possuem, em média, 50% de carbono, 42% de oxigênio, 6% de
hidrogênio, 1% de nitrogênio e outros 1% divididos entre óleos, resinas,
açúcares, amidos, taninos, sais e ácidos orgânicos. Com estes componentes
químicos, formam-se microfibras de celulose, que possuem de 100 a 2000 cadeias.
Lignina e hemicelulose formam uma matriz de ligação entre estas microfibras,
que compõem fibras de maior dimensão, também unidos por uma matriz de lignina.
Em relação ao eixo principal das maiores fibras, as microfibras formam
diferentes ângulos, sendo a direção predominante a de 15° em relação ao eixo da
fibra (fibras S2).
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