Black Block revelado
Nesta
semana, durante a realização de atividades de vandalismo por Black Blocs,
um fato inusitado ocorreu: o pai de um dos ‘manifestantes’ retirou a máscara do
filho e, após muita discussão, conseguiu convencê-lo a sair. Enquanto o filho
argumentava de péssimas condições de saúde, entre outros problemas conhecidos
dos brasileiros, seu pai dizia que não trabalhava para sustentar um filho que
ia às ruas para esconder seu rosto. Diante desta situação, temos novamente a
máxima que impera de que por trás de um espírito revolucionário sempre há um
capitalista financiando.
[Reprodução / Globonews]
Não
se deseja que os jovens de agora - nem do futuro – sejam desprovidos de senso
crítico, de vontade de mudança, daquele gás que todos os jovens têm e
que faz com eles sejam a porta para o futuro. Entretanto, também se quer jovens
que tenham senso crítico e consciência de como fazer valer seus desejos, sem
agredir os direitos, a liberdade e o patrimônio de um terceiro ou mesmo o
patrimônio público.
Infelizmente,
uma educação de qualidade, que busque preparar cidadãos capazes de conhecer e
entender estes limites é um pouco melhor para quem tem mais recursos,
que são justamente os que acabam encabeçando movimentos revolucionários.
Os criadores de grandes teorias, como Karl Marx, por exemplo, teve acesso ao
ensino universitário e estudou fortemente História e Filosofia. Quem vem de uma
condição social adversa, e que possui desejo de mudança, parte por outro caminho,
buscando ter aquilo de que foi privado pela falta de dinheiro e, sendo a ascensão
social uma tarefa não muito fácil e que ocupa grande parte de suas forças, não
sobrando espaço para a adesão a estas ideias.
Mas,
como não há ideologias fixas vindas de seres humanos, sujeitos complexos por
natureza, houve grandes movimentos liderados por pessoas de origem mais
humilde, entretanto, nem todos tiveram expressividade, acabando massacrados,
como o caso brasileiro de Canudos, que, mesmo sem ser perceptível, atacava ao
sistema político adotado. Então, qual seria a forma adequada de qualquer jovem
fazer valer sua vontade de mudança?
Para
alguém transformar a sua realidade, tem de buscar o respeito ao outro e
enxergar a realidade de maneira mais sensata do que se tem feito. A sociedade
tem problemas corriqueiros e que estão ao alcance dos olhos. Projetos sociais
em que faltam voluntários; bancos de sangue com estoque insuficiente; lixo
descartado de maneira incorreta, com resíduos misturados e/ou armazenados de
forma inadequada (podendo haver até mesmo contaminações, dependendo do tipo de
resíduo); falta de cordialidade no trânsito e muitos outros problemas podem ser
citados. Vejamos que estes problemas podem ser resolvidos partindo do
individual ao coletivo, e que exigem um pequeno esforço diário para transformar
velhos hábitos em novas atitudes.
Até
que, vemos que outros problemas como escolas, universidades, hospitais, postos
de saúde e estradas desprovidos de infraestrutura mínima, sendo mantidos com
recursos restritos e dentro de um controle rígido. Quando se fala em coleta de
impostos e apuração de resultados eleitorais, uma eficiência invejável. Aí é
que partimos do coletivo ao individual e, onde que se resolve: a partir do
esforço individual e, também do coletivo.
Existe
uma descrença generalizada em nosso país na política, fruto de anos e anos em
um sistema político que - apesar de permitir a escolha de governantes por meio
democrático, em que os melhores seriam escolhidos avaliando o histórico de trabalho
e propostas de governo - possui um histórico de resultados avessos ao esperado.
A política ainda é a forma de transformação de realidades que excedem o escopo unicamente
individual de responsabilidades, mas que afetam a vida de cada um. Não se deve
esperar que o governo de um município, estado ou país, a resolução de todos os
nossos problemas, mas o retorno adequado do seu custo de manutenção e do que se
propõe a fazer. E começar, o mais rápido possível, a empreender as mudanças que
partem do individual e, quando chegar a hora, empreender o que cabe ao
coletivo.
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