Tecnologia
Dentro da nova e grande mania nas redes
sociais que se tornou postar selfies nas mais inusitadas situações, bem como
nos álbuns de fotos em geral, uma prática um tanto perigosa: publicar fotos em
poses sensuais, ou contendo cenas inadequadas para este espaço, ou até mesmo alguns
tipos de fotos podem ter interpretação inadequada. Esta prática recebeu o nome
de sexting, sendo mais um marco da falta de visão de alguns usuários de
redes sociais como um espaço público, ou da vontade exagerada de se exibir por
conhecimento desta condição, ou (na maioria das vezes) ocorrer em mensagens
privadas, mas nada garante o não vazamento de fotos.
Segundo pesquisa realizada nos Estados
Unidos, cujos resultados foram divulgados pela Revista Veja, a maioria dos
adolescentes e jovens adultos que praticam o sexting estão dando
indícios de que sua vida sexual está iniciando, e buscam ‘divulgar’ este
início, desprezando os riscos da prática. Em vários casos, pode ocorrer uma
prática direcionada, ou seja, alguém enviar fotos íntimas especificamente para
uma pessoa com que se tenha envolvimento. Quando isso ocorre usando um computador,
se faz necessário o uso de e-mail e ter um arquivo salvo, enquanto nos celulares
se torna muito mais simples, pois são objetos de uso estritamente pessoal, o
que reduziria o ‘tempo de reflexão’ segundo especialistas em psicologia.
Muitas vezes, pode parecer que a prática é
particular por ser usando mensagens, mas, ao findar o relacionamento com a pessoa
que recebeu as fotos, o vazamento pode ser uma forma de vingança, e chegar a
fins trágicos. Já houve casos em que a pessoa que teve suas fotos divulgadas
cometeu suicídio, por sentir-se constrangida em ter exposta a sua intimidade. O
que também pode ocorrer é a invasão de dados de e-mail, que também pode levar a
público a divulgação de fotos íntimas, como ocorreu no caso da atriz Carolina
Dieckmann, que levou à criação da Lei que leva seu nome para este tipo de
crime.
E, em outros casos, o sexting ocorre
de maneira aberta, com a postagem de fotos nos álbuns de redes sociais. Pode
ser em algum detalhe ou no contexto. Neste ponto, está relacionado o exibicionismo
ou a falta de visão das redes como espaço público, pois, ou a pessoa que posta
deseja ser chamada de bonita ou outras coisas mais, ou acredita que apenas seus
amigos virtuais irão ver tais fotos - o que pode ser verdade - se todos os
amigos virtuais tiverem envolvimento real e as configurações das redes não
permitam visualização por terceiros, mas isto depende de configurações de
privacidade. E um terceiro tipo, que é perigoso, porém mascarado, é a possibilidade
do download de fotos que possam ser vistas como sensuais e a sua edição por
meios computacionais. Este perigo é bem ilustrado por uma campanha do governo paraguaio,
que recomenda o uso do bom senso e extremo cuidado do que se posta nas redes
sociais. Outro ponto que preocupa é a ocorrência, em alguns poucos casos, de
fotos de crianças e pré-adolescentes, o que configura crime, cujo vídeo
encontra-se abaixo:
[Vídeo: Lehonardo Henrique]
Diante de todos os perigos da prática do sexting,
o ideal é que haja uma reflexão anterior à postagem de fotos que permitam ou
tenham interpretações de cunho sexual, e que estas fotos não sejam transmitidas
por meios digitais quaisquer. Em um mundo em que algumas fronteiras já não
existem e estamos cada vez mais expostos, sempre é bom caminho buscar preservar
sua intimidade a fim de não ser surpreendido.
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