Uso de celulares em público

Cultura 

[Os celulares evoluíram, agora é necessário que seus donos evoluam. Foto: Techlider]

 

Pode parecer normal dizer isso, mas as pessoas em geral gostam de ser o centro das atenções. Atrair os olhares dos outros parece ser um verdadeiro prazer. Prova disso é o uso dos celulares em locais públicos. Em locais de espera como consultórios e pontos de ônibus, basta esperar alguns minutos para ouvir ou um assobio telefônico ou senão alguém contando sua vida em voz alta. Se isso não bastasse, algumas ainda colocam o telefone em viva voz para que os outros possam saber tudo daquela teleconferência.
Por mais divertida, interessante ou importante que seja a conversa, os outros não precisam saber. E mais interessante ainda é que o objetivo dos falantes em viva voz é atingido: mais alguns instantes e as demais pessoas estão participando também da conversa, seja comentando, seja retrucando.
Outra forma de chamar a atenção, que ainda não foi totalmente assimilada pelas pessoas, é escutar música em volume alto dentro de ônibus, mesmo usando fones de ouvido. Ouvir música é uma boa forma de distração, já que os deslocamentos nas grandes cidades dispendem horas e, dentro de um ônibus, muito pouco se pode fazer além de usar os recursos dos celulares. Entretanto, nada custa conferir tirando os fones e testando se é possível que os outros também estejam escutando, ou perguntar à pessoa ao lado, pois o volume alto pode fazer com que a audição de quem usa os fones seja reduzida e que as outras pessoas sejam obrigadas a escutar músicas de que não gostam. Em algumas cidades existem leis municipais proibindo a má prática, mas esta é uma questão muito maior de consciência.
Vivemos em um tempo em que uma pessoa pode escolher, dentro de certos limites, se sua vida será um livro aberto ou um cofre fechado. Mas não podemos esquecer que o bom senso na hora de expor nossos sentimentos e sensações deve ser levado em conta. É muito bom conversar, há dias em que o entrosamento entre pessoas parece subir ao máximo, tanto que ficamos a um passo do exagero.
Só que também se deve lembrar de que a sensação da intimidade deve ser mantida: ambas as pessoas que falam podem estar contando coisas íntimas e que não deveriam ser repassadas. A música também não deixa de ser uma coisa íntima, pois há vários estilos, vários artistas. O gosto musical inclui uma gama de informações e depende muito do estilo de vida e da personalidade de quem escuta. Assim, também pode ser encarada como uma coisa íntima, com que se compartilha apenas com quem gostar também e, principalmente, não usando fones em volume alto.
 


 
 
 

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