Na manipulação de dados fornecidos em
problemas de Física, Química
ou Matemática, ou advindos de medidas experimentais; é
necessário ficar atento com as regras de utilização dos dados coletados e com o
possível erro (cujo cálculo não será elucidado neste post). As limitações dos
equipamentos de medida são levadas em conta para a escolha de quais algarismos
são significativos. Observe a figura abaixo:
[Com qual precisão você
consegue definir a medida linear do objeto verde?]
Esta é uma régua graduada em centímetros
[cm], em que se pode ter certeza de que a medida fica entre 5 e 6cm, e se pode
estimar que o algarismo seguinte seja 8 (olhando perpendicularmente ao
instrumento de medida, técnica obrigatória para maior precisão). Assim,
poderíamos dizer que o objeto verde possui 5,8 cm de extensão. Se o algarismo 8
já é duvidoso, pois foi estimado, imagine estimar mais um algarismo, supondo
que seja 3, isto é, 5,83 cm, reduziríamos ainda mais a confiabilidade das
medidas coletadas. Portanto, os Algarismos Significativos são todos aqueles
que se possui certeza, mais o primeiro duvidoso (apenas), e a medida da régua
possui dois algarismos significativos. Cuidado: não use mais de uma unidade de
medida, indicando algo como 5cm 8mm, por exemplo, por mais que uma equivalha a
um múltiplo decimal da outra.
Além de usar apenas uma unidade de medida,
representamos o erro, precedido de sinal de mais ou menos, seguindo os
postulados de Gauss, demonstrando uma medida qualquer M, cuja medida foi
m, de erro Δm,
e unidade [u], assim:
Zeros à esquerda não são contados como
algarismos significativos. À direita, sim. Destarte, 0,8m, por exemplo, possui
apenas um algarismo significativo. Porém, quando tratamos de valores muito
grandes ou muito pequenos, com grandes quantidades de zeros, usamos potências
de dez, que mantém o número de algarismos significativos. A forma adotada é n
∙ 10m
, sendo n um número decimal entre 1 e 9 (nem maior que 1, nem menor que
nove) e m uma potência inteira exceto zero. Alguns exemplos:
Costuma-se adotar, em alguns materiais, a
escrita de um traço sobre o último algarismo significativo. Matematicamente,
esta notação também serve para indicar o período de uma dízima periódica,
todavia, é inútil quando passamos a tratar de algarismos significativos, em que
não há infinitas repetições. Dessa forma, não há maiores problemas no uso desta
notação.
Antes de começar a realizar operações
matemáticas com medidas, precisamos conhecer os critérios de arredondamento.
Apenas após realizar todas as operações necessárias com as medidas
fornecidas ou coletadas, e seguindo as regras de contagem de algarismos
significativos que serão elucidadas a seguir, analisamos o primeiro algarismo
da esquerda para a direita que venha após o último significativo:
1) Se
este algarismo for 5, analise o último significativo. Sendo este par, o
mantenha. Caso contrário (ímpar), acrescente mais uma unidade;
2) Sendo
este algarismo menor do que cinco, mantenha o último significativo;
3) E,
por último, se este algarismo for maior que cinco, acresça uma unidade ao
último significativo.
Veja alguns exemplos:
Agora que já conhecemos as regras de
arredondamento, partiremos então às regras de prevalência de algarismos
significativos nas operações. É necessário conhecê-las, pois, ao efetuarmos
operações matemáticas, surgem algarismos excedentes, que não são significativos
e, portanto, precisam ser suprimidos. Há cinco regras principais:
1) Usamos
os valores coletados ou fornecidos em medidas já considerando apenas os significativos,
na primeira etapa. Conforme dito anteriormente, efetuamos os cálculos e só
depois calculamos os significativos da resposta;
2) Na
soma e subtração, é mantido o número de algarismos significativos daquele valor
que possuir o menor número de casas decimais;
3)
Na multiplicação e divisão, mantém-se o número de algarismos significativos
constantes no valor que menos os possuir (chamado costumeiramente de ‘o mais
pobre em algarismos significativos’);
4)
Nas demais operações (potenciação, radiciação, exponenciação, logaritmação,
diferenciação, integração, etc.), mantemos o número de algarismos
significativos existentes;
5)
Constantes e/ou valores padrão de fórmula, se existirem, não interferem na
contagem dos significativos.
Relativamente a estas regras, vejamos mais
alguns exemplos:
Em expressões, apenas concluímos a
execução de cálculo e, depois, analisamos o conjunto, na ordem semelhante de execução.
Às vezes, a ordem ou o acréscimo de operações algébricas em ambos os membros de
uma equação podem alterar o número de significativos, o que não significa que o
cálculo esteja errado. Neste último exemplo, uma demonstração de caso de várias
operações:
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