A
nova atração matinal da rede Globo estreou nesta segunda-feira impactando todo
o setor televisivo brasileiro. Alvo de críticas e mais críticas, o programa não
vêm apresentando o resultado esperado.
[TV Globo]
Ao
contrário do que se fala, a proposta do programa é excelente, pois todos gostam
de uma boa conversa, desde os assuntos mais banais até os de maior importância.
A credibilidade de Fátima Bernardes como jornalista durante toda a sua carreira
também contam. O sonho de investir em um novo projeto, seu próprio programa de
auditório, aliado à necessidade de crescimento da audiência matutina fizeram
com que tudo fosse levado adiante. A partir deste momento surgem as polêmicas,
pois muitos achavam que Fátima não deveria sair do JN, onde tanto tempo esteve
na bancada. Entretanto, esta não é a primeira vez que Fátima sai em busca de um
novo objetivo, e esta era a hora.
Rumores
de uma crise no casamento com William Bonner, que o programa não sairia, que a
Globo não sabia o que fazer com Fátima Bernardes, um programa abrangendo toda a
manhã, entre outros comentários surgiram. Para desfazê-los, foi necessário
fazer uma das maiores campanhas de promoção de esclarecimento ao público, em
todos os programas possíveis da grade. Divulgação por todos os meios. “A Fátima
que você já conhece, de um jeito que você nunca viu.”
No
início desta semana, a estreia. Com boa audiência nacional, o primeiro programa
fez o que deveria fazer, derrubando o programa ‘Hoje em dia’ da Rede Record e
elevando os índices de Audiência de Bom dia e Companhia do SBT, por
conseguinte, conforme já se esperava. Muitos profissionais envolvidos no
programa se comportaram como amadores, sem o esforço esperado para uma grande
estreia, e vem-se refletindo na audiência dos programas seguintes. Em algumas
cidades, como Recife e Arredores, segundo o blog Notícias da TV Brasileira, o
programa manteve bons índices, mas esta não é uma realidade nacional.
Marcos
Losekann secava a testa enquanto Fátima Bernardes falava. O comercial não chegava
na hora. Os convidados foram ao programa para ‘falar’ e não para ficar
sem assunto. A queima de um monumento, sem feridos, foi divulgada sem
necessidade. No segundo dia, o programa já melhorou e os mesmos erros não foram
cometidos, mas, a primeira impressão é a que fica. Quanto ao cenário, muitos telespectadores
reclamaram por ser escuro, todavia branco está longe do ideal. A troca por cores
quentes dos planos de fundo e cadeiras roxos, bem como evitá-los nas imagens colocadas
no 3D mapping seriam uma boa ideia, neste aspecto.
Houve
reclamações quanto ao assunto de estreia, considerado ‘batido’ por críticos
televisivos. A mesada semanal foi retratada no terceiro programa. Então, o
argumento para a crítica foi de que o assunto estava fora da realidade
brasileira. Detalhe: este não é um assunto batido.
O
que está faltando, então? Confiança. Por parte do telespectador e da emissora.
Dedicação, idem.
Não
podemos esquecer que Fátima Bernardes saiu há pouco de um telejornal, que exige
postura bastante sisuda, para passar por uma metamorfose de imagem. Nos
primeiros dias de programa, é natural esta necessidade de se soltar mais, e
buscar propiciar caminho para que os entrevistados se sintam à vontade para
falar, algo que ainda não está pronto e precisa ser construído rapidamente.
Alguns blogueiros que falam especificamente da TV brasileira disseram via postagens
que a aproximação do ‘Encontro’ com o jornalismo precisa ser maior, pois está
nas raízes da apresentadora. A transição precisaria ser aos poucos, pois o
público brasileiro é tradicional. Para abraçar uma novidade, precisa estar
convicto de que esta é muito boa. Não se pode esquecer da vantagem de ter todos
os correspondentes internacionais e a rede de afiliadas à disposição. Conforme
exposto no primeiro programa, Fátima Bernardes não nega o passado, nem o Jornal
Nacional é uma realidade remota.
Fez-se
toda a campanha para a estreia de Encontro, mas a divulgação do programa é deficiente,
ocorrendo esporadicamente na programação. A TV Globo teria toda a sua estrutura
para trazer o público para a sua nova atração, e deveria continuar usando-a.
Chamadas ao fim das telenovelas seriam um recurso interessante. A proposta,
conforme dito nas chamadas anteriores a estreia, era de trazer a rua para o
auditório. Fazer pesquisas para os próximos temas seria o ideal, e seria
possível ir além: durante o ‘Jornal Nacional’, que é um produto consolidado e
de grande audiência entre o público alvo de ‘Encontro’ fazer as chamadas e
estas pesquisas, abrindo espaço no jornalístico e ligando as raízes ao cerne do
Novato.
Espera-se
que a Rede Globo realize as modificações necessárias para que o público queira
fazer parte deste Encontro. Após ajustes, que são necessários certamente, será
possível ter um excelente programa, pois, antes de qualquer coisa, o público
brasileiro merece. □
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