Entre
os anos de 1964 a 1985 o Brasil foi governado em um regime ditatorial. Até o
ano de 1974 três militares assumiram a presidência do Brasil, antes do governo
do General Ernesto Geisel.
Ernesto Geisel - que governou de 1974-79 - fazia
parte da linha moderada ou Sorbonne, comandada por Castelo Branco (que foi o
primeiro militar a assumir a presidência neste período ditatorial) tendo o
compromisso de realizar a reabertura política em nosso país.
Como
primeira atitude de redemocratização, Geisel promoveu o abrandamento da censura
aos meios de comunicação. Alguns historiadores consideram que esta atitude foi
apenas um enfeite a manutenção das práticas antidemocráticas.
Ainda
em 1974, as eleições para vereadores, senadores e deputados foi direta, ou
seja, o povo teve a oportunidade de escolher entre a ARENA (partido da situação) ou MDB (partido da oposição);
tendo essa oportunidade, a população concedeu ao MDB uma vitória considerável.
Diante
desta derrota, o pessoal da “linha dura” pressiona Geisel e impõe um
retrocesso. Dessa forma, no ano de 1976, Geisel o promove através de decretos e
da Lei Falcão, que limitavam a propaganda eleitoral no rádio e na televisão a
pequenas biografias do candidato e seus retratos.
A
lei Falcão e o Pacote de Abril visavam o fortalecimento da Aliança Renovadora
Nacional (ARENA), entretanto não foram o suficiente. Novas medidas foram tomadas pelo governo, como
a criação dos Senadores Biônicos, um novo retrocesso: a eleição direta
para senador estava extinta e caberia ao presidente escolher os senadores, os
quais trivialmente estariam sempre a favor do governo militar.
Novos
avanços acontecem, em dezembro de 1978 o ato institucional de nº 5 é extinto. Este
ato institucional dava direitos amplos ao presidente para que pudesse reprimir
com força as oposições. O AI-5 não permitia que os atos presidenciais fossem
submetidos ao exame do judiciário, que remonta ao poder absolutista dos
monarcas históricos.
Eleições
indiretas para presidente dão a vitória para João Figueiredo por 335 votos
contra 266 de seu concorrente, Euler.
Em 1979, João Baptista de Oliveira Figueiredo,
que fazia parte da linha Sorbonne, assumiu a presidência por estímulo de Geisel
sem grande interesse em assumir o cargo e com o compromisso de concluir a
reabertura política. No entanto, reprimiu mais de quatrocentas manifestações
sindicais-proletárias, incluindo as do ABC paulista, lideradas pelo então líder
sindical Luís Inácio da Silva, que viria a ser presidente brasileiro por dois
mandatos consecutivos.
Ainda
em 79, Figueiredo concede anistia a todos os condenados pelo regime militar e o
retorno ao pluripartidarismo. A base governista acreditava que, permitindo o
pluripartidarismo, a oposição enfraqueceria. Não se confirmou nas urnas.
A
base partidária da extinta ARENA forma o PDS, o antigo MDB passa a ser chamado
PMDB e surgem novos partidos como o PT (Partido dos Trabalhadores), PDT, PTB,
entre outros.
Em
1980, a eleição para governador foi direta, no ano de 1982, a oposição impõe
duras derrotas ao PDS.
No
ano de 1983 inicia o movimento “Diretas-já”, baseado em uma emenda
constitucional, proposta por Dante de Oliveira e de mesmo nome do autor, que
restabelecia imediatamente as eleições diretas para o cargo da presidência da
República. A proposta da emenda não fora aprovada.
Em
15 de janeiro de 1985, Tancredo Neves e José Sarney são eleitos presidente e
vice, respectivamente, marcando a transição do poder militar a governantes
civis.
Por
fim, é válido destacar que a transição para a democracia ainda fora realizada
através de eleição indireta, seguida por eleições diretas; também é válido
enfatizar que a intenção dos militares com o processo de reabertura era a
perpetuação do poder da ARENA, sob a máscara de um governo democrático. Os
militares não acreditavam que a oposição tivesse a força que demonstrou, e o
projeto de manutenção do poder tornou-se inviável.
O Blog do Mestre
sugere as seguintes leituras sobre o tema:
COTRIM, Gilberto.
Saber e Fazer História – São Paulo: Saraiva.
SILVA,
Francisco de Assis. História do Brasil: Colônia, Império, República/ Francisco
de Assis Silva – São Paulo: Moderna.
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