Goiabada salve salve
A
versão do Hino Nacional Brasileiro cantada em uma versão muito fofa por uma
menina no Fantástico pode estar um pouquinho diferente da original, lá de 1831,
mas não dá para fazer o mesmo sempre. O sentido de união, de todos como uma só
pátria, um só coração precisa ser estendido para todo o tempo. E o nosso hino
deve ser algo que as pessoas saibam de cor. Um costume importante, e que foi
deixado de lado na vida escolar de nossas crianças, é o de cantar diariamente o
hino nacional, durante o ensino fundamental, incentivando o conhecimento da
letra e este espírito que pelo tempo foi se esquecendo.
Mas
a culpa não é apenas da falta de hábito. Problemas em todos os setores, quase
rotineiros, com a saúde, a segurança, a educação, e, o pior de todos, com a
política, fazem com que o espírito de união do brasileiro desapareça, pois ele
não consegue mais enxergar o impávido colosso de que ouvira.
[Imagem: Revista Donna]
O
Hino Nacional Brasileiro, conforme conhecemos hoje, poderia não ser o mesmo.
Esta letra, de composição de Joaquim Osório Duque Estrada e música
de Francisco Manuel da Silva, já existia desde o ano de 1831, já sendo muito
popular no Brasil à época dos primeiros tempos de governo republicano.
Como,
em qualquer transição de regime de governo, ou mesmo de governante em dado regime,
o primeiro presidente brasileiro, o Marechal Deodoro da Fonseca, fez um
concurso para a elaboração de um novo hino, que não caiu nas graças do público.
Para não descontentar ninguém, manteve o Hino Nacional Brasileiro e criou, com
a letra do ganhador do concurso, um “Hino de Proclamação da República”.
Atualmente,
mesmo que as críticas à Copa do Mundo venham (com toda a razão, desde um
simples detalhe da festa de abertura até os altos custos de estádios
inacabados), uma coisa ela consegue: fazer com que o povo brasileiro se una e,
a uma só voz, cante uma música que ainda consegue trazer à tona um sentimento
quase esquecido, que é o orgulho de ser brasileiro:
“
Ouviram
do Ipiranga as margens plácidas
De
um povo heroico o brado retumbante,
E
o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou
no céu da pátria nesse instante.
Se
o penhor dessa igualdade
Conseguimos
conquistar com braço forte,
Em
teu seio, ó liberdade,
Desafia
o nosso peito a própria morte!
Ó
pátria amada,
Idolatrada,
Salve!
Salve!
Brasil,
um sonho intenso, um raio vívido
De
amor e de esperança à terra desce,
Se
em teu formoso céu, risonho e límpido,
A
imagem do cruzeiro resplandece.
Gigante
pela própria natureza,
És
belo, és forte, impávido colosso,
E
o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra
adorada,
Entre
outras mil,
És
tu, Brasil,
Ó
pátria amada!
Dos
filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria
amada,
Brasil!
Deitado
eternamente em berço esplêndido,
Ao
som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras,
ó Brasil, florão da américa,
Iluminado
ao sol do novo mundo!
Do
que a terra mais garrida,
Teus
risonhos, lindos campos têm mais flores;
"nossos
bosques tem mais vida,"
"nossa
vida" no teu seio "mais amores".
Ó
pátria amada,
Idolatrada,
Salve!
Salve!
Brasil,
de amor eterno seja símbolo
O
lábaro que ostentas estrelado,
E
diga o verde-louro dessa flâmula
Paz
no futuro e glória no passado.
Mas,
se ergues da justiça a clava forte,
Verás
que um filho teu não foge à luta,
Nem
teme quem te adora a própria morte.
Terra
adorada,
Entre
outras mil,
És
tu, Brasil,
Ó
pátria amada!
Dos
filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria
amada,
Brasil!
”
□
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