As equações diferenciais lineares de ordem
n apresentam a seguinte forma geral:
A0[dny/dyn]
+ A1[dn-1y/dyn-1] + ∙∙∙ + Any = B
A0, A1, ... , An
e B são funções de x ou constantes. O
valor de B define a resolução para a obtenção de yG(x) (solução
geral). Quando B = 0, a solução da parte homogênea da equação diferencial de
ordem n e 1° grau é, ao mesmo tempo, a solução geral. Caso contrário, é
necessário somar a solução da parte homogênea com a solução específica
referente à parte B, que é dependente da Equação característica. Em seguida,
elucidaremos tais termos.
A parte homogênea de uma equação
diferencial consiste no conjunto de termos que possuem a incógnita y. Supondo o
caso em que B = 0, temos que:
A0[dny/dyn]
+ A1[dn-1y/dyn-1] + ∙∙∙ + Any = 0 [1]
A solução geral desta equação diferencial,
conforme vimos nos posts anteriores desta série, possui n constantes
arbitrárias, de acordo com a ordem da equação diferencial. Se y1, y2,
... yn forem soluções particulares da equação [1], e A1,
A2, ... , An constantes, y = A1 y1
+ A2 y2 + ∙∙∙ + An yn [2] é a
solução geral.
Para n = 1, a equação [1] ficará:
A0[dy/dy] + A1y =
0 que, separando:
A0[dy/dy] = - A1y Þ dy/y = - [A1/
A0]dx
Integrando ambos os membros,
òdy/y
= - ò[A1/
A0]dx + k
ln y = - [A1/ A0]x +
k
Elevando e a ambos os membros e
chamando de C a constante ek, e r a constante - [A1/
A0]:
y(x) = Cerx
Quando estamos tratando de equações
diferenciais lineares de ordem n, que são de nosso interesse agora, temos:
dny/dyn = rnCerx,
dy/dx = rCerx, e assim por diante.
Então , a equação diferencial pode ser
reescrita como:
A0[rnCerx]
+ A1[rn-1Cerx] + ∙∙∙ + An Cerx
= 0
Cerx [A0rn
+ A1rn-1 + ∙∙∙ + An] = 0
Como Cerx sempre será
diferente de zero, então conclui-se que A0rn + A1rn-1
+ ∙∙∙ + An = 0, que é a equação característica de uma equação
diferencial. Veja que os expoentes de r equivalem a ordem da derivada
correspondente na parte homogênea da equação diferencial. De acordo com as
raízes da equação característica, temos a solução homogênea, que é igual á
solução geral da equação diferencial quando temos a situação [1].
Equação característica com
raízes reais e distintas: a solução geral é da forma yG(x)
= yh(x) = C1e(r1)x + ∙∙∙ + Cne(rn)x,
para r1, ..., rn sendo as raízes da equação
característica [EC]. Exemplo:
1 – d²y/ dx² - 5dy/dx + 6y = 0
EC:
r² - 5r + 6 = 0, r1 = 2 e r2 = 3
yG(x)
= yh(x) = C1e2x + C2e3x.
Equação característica com
raízes complexas e distintas: a solução geral é da forma yG(x)
= yh(x) = eax [C1cos(bx) + C2sen(bx)]
, para r1 = a + bx e r2 = a - bx sendo as raízes da
equação característica [EC]. Exemplo:
2 – d²y/ dx² + y = 0
EC:
r² + 1 = 0, r1 = +i e r2 = -i
Parte
real a = 0, na parte imaginária, b = 1.
yG(x)
= yh(x) = C1cos(x) + C2sen(x).
Equação característica com
raízes reais múltiplas (ou seja, com multiplicidade maior do que 1): a
solução geral é da forma yG(x) = yh(x) = C1e(r1)x
+ ∙∙∙ + Cnxn-1e(rn)x, para r1,
..., rn sendo as raízes da equação característica [EC]. Exemplo:
3 – d²y/ dx² - 4dy/dx + 4y = 0
EC:
r² - 4r + 4 = 0, r1 = 2 e r2 = 2
yG(x)
= yh(x) = C1e2x + C2xe2x.
Nos casos em que a equação característica
apresenta diferentes combinações de raízes, como por exemplo, raiz 2 com
multiplicidade 2 e raiz 1 com multiplicidade 1, aplicamos as regras para estes
casos, separadamente, e unimos as respostas em yG(x), conforme
descrito em [2].
No próximo post desta série, veja como
obter a solução geral yG(x) quando B ¹ 0, sendo uma constante
ou uma função de x. De qualquer forma, é preciso resolver a equação
característica para conseguir realmente obter a solução yP referente
a B.
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