Impermeabilização (II)

Química 

Para a escolha de um tipo de sistema de impermeabilização ou, após um estudo mais detalhado, de mais de um sistema de impermeabilização, são levados em conta alguns critérios diretamente relacionados ao que foi mencionado no post Impermeabilização (I). Os dois principais tópicos são: comportamento físico da estrutura e a atuação da água nesta.
Classificam-se como elementos de construção não sujeitos à trincas aqueles que são submetidos a condições de temperatura aproximadamente constantes e sem a atuação de cargas ou com cargas estabilizadas ao longo de toda a extensão. Nestes elementos são usados os sistemas rígidos de impermeabilização (aditivos e revestimentos).
Elementos de construção sujeitos à trincas passam por alterações dimensionais oriundas de aquecimentos e resfriamentos, movimentações estruturais ou cargas localizadas. Para este tipo de elemento, usam-se impermeabilizantes de sistemas flexíveis como membranas e mantas.
Quanto à atuação da água, analisa-se de que modo ocorrem as infiltrações, seja por pressão hidrostática, seja por percolação e/ou capilaridade.
Os elementos que compõem um sistema de impermeabilização são os seguintes:

1 – Camada de Regularização: possui como objetivo regularizar a superfície, buscando que a superfície a ser impermeabilizada receba um ajuste contínuo do impermeabilizante. Ocorre a eliminação dos ‘cantos-vivos’ (cantos de alta angulação) que são arredondados ou são chanfrados. Em caso de necessidade de canaletas ou ralos, delineiam inclinação adequada. Com esta camada, também é feita a eliminação de buracos que possam gerar poças.

2 – Camada de Isolamento Térmico: visa mitigar os efeitos de um gradiente de temperatura – dilatações e contrações – de acordo com a amplitude térmica local e com a natureza térmica do material a ser isolado (dada pelo coeficiente α de dilatação linear). Os principais isolantes térmicos usados para este fim são o amianto e, mais popularmente, o poliestireno estendido, conhecido popularmente pela marca Isopor. Antigamente, esta camada não era aplicada posteriormente à camada de impermeabilizante, que fica sobre a de regularização. Os efeitos de conforto térmico/acústico e menor gasto de energia eram mais conhecidos. Entretanto, analisada a relação da variação de temperatura com a durabilidade do impermeabilizante, esta camada de isolamento passou a ser colocada mais internamente, visando mais este benefício.

3 – Camada de Proteção Mecânica: possui como finalidade absorver e dissipar esforços estáticos ou dinâmicos atuantes sobre a estrutura. A camada de proteção mecânica, exceto no caso 3.1, não fica unida ao impermeabilizante, havendo camada de separação de papel kraft, filme de polietileno, etc. Divide-se em três tipos:

3.1 – Camada protetora incorporada à estrutura do impermeabilizante: neste tipo, estão incluídas as mantas asfálticas com acabamentos superficiais:

3.1.1 – Granulares: contendo grãos minerais;

3.1.2 – Aluminizadas: com revestimento espelhado de alumínio.

     Estes dois tipos de mantas asfálticas promovem proteção térmica, mecânica, acústica e antirradiação ultravioleta. As solicitações mecânicas devem ser mínimas.

3.2 – Camada Intermediária: deve amortecer as cargas atuantes e distribuir os esforços sobre o impermeabilizante. É uma camada de contrapiso com pelo menos um centímetro.

3.3 – Camada Final: deve distribuir os carregamentos normais previstos para a superfície da estrutura. Possui, no mínimo, três centímetros de espessura.
 

Veja também: (Química) Principais grupos de materiais
 



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