Conheça neste post as normas relativas à
cotagem em desenho arquitetônico, que não são contempladas em apenas uma norma
técnica. O texto da norma que indica as regras gerais de cotagem no desenho
técnico é claro neste sentido, de forma que é necessária consulta a outras
normas, incluindo a que constam todas as especificações do desenho
arquitetônico, a qual normaliza cotas, linhas, letras e símbolos. Deste modo, a
cotagem em desenho arquitetônico contempla as especificações contidas nas
normas técnicas NBR 10126/ 87 e NBR 6492/ 94, principalmente.
Segundo
a Associação Brasileira de Normas Técnicas, a definição de cotagem é a
seguinte: “Representação gráfica no desenho da
característica do elemento, através de linhas, símbolos, notas e valor
numérico, numa unidade de medida.”
Esta característica pode ser uma dimensão
como comprimento, raio, diâmetro, corda, arco; ângulo (no caso de chanfros –
que equivalem às paredes que formam ângulos diferentes de 90º no desenho arquitetônico
- ou seções circulares); forma ou posição junto a um sistema de coordenadas.
Uma cota pode incluir estas diferentes características, se necessário.
Cotas devem ser aplicadas toda vez que se
fizer necessário - sem redundâncias, com muitas cotas definindo o mesmo
elemento - para descrever completamente, de maneira clara, uma parte relevante.
Na aplicação destas cotas, é importante colocá-las na vista ou corte que melhor
represente o detalhe em que se deseja cotar. Nos cortes, apenas as cotas verticais
são demonstradas.
As cotas são construídas com a utilização
das linhas auxiliares, linhas de cota (que seguem a norma NBR 8403), limites
específicos entre linha de cota e a respectiva cota, e indicadores. Linhas
auxiliares ou de extensão (1) são aquelas que despontam, após um pequeno
espaço, dos limites do elemento a ser cotado; podem ser usadas linhas do
desenho para este fim, o que não ocorre com linha de cota. Linhas de cota (2)
são paralelas à parede ou vão de janela a ser cotada, onde, pouco acima, sem
ser tocadas, são dispostas as informações da cota. Nos limites entre linhas de
cota e auxiliares, no desenho arquitetônico, são usados traços oblíquos a 45º
ou pontos, ambos grafados mais fortemente (3). Indicadores (como o modelo em
vermelho) servem para cotar em locais mais convenientes quando da falta de
espaço. Veja todos estes elementos no exemplo:
Por mais que seja possível usar as linhas
do desenho como linhas auxiliares, se deve buscar cotar ao máximo fora do
desenho, sempre dispondo as informações para a leitura na base-direita da
folha. Estas informações devem ser em algarismos maiúsculos ou números sempre
não inclinados. Para o uso de softwares gráficos, se recomenda fontes como
Arial ou Romand, que são mais limpas e menos rebuscadas, facilitando a leitura.
Os caracteres inseridos devem ter tamanho suficiente para garantir a
legibilidade no documento original e em possíveis cópias reduzidas. A norma NBR
6492 contempla apenas o uso de réguas com letras como instrumento, sendo a
fonte demonstrada semelhante à Arial Rounded MT Bold:
As dimensões de vãos de portas e janelas
que são cotadas correspondem ao vão após o acabamento, que irá receber as
respectivas esquadrias. Estas recebem um código alfanumérico, na forma En, sendo E
a letra inicial da esquadria (P ou J) e n
um número natural que serve de índice para aquele tipo de esquadria. Usa-se o mesmo código para esquadrias iguais. Através
deste código, podem ser referenciadas em uma tabela opcional as dimensões
principais das esquadrias, material, tipo e quantidade. As dimensões citadas são: largura da esquadria,
altura da esquadria e altura do peitoril (no caso de portas, quando igual à
zero, pode ser omitida). A altura do peitoril é definida com base no nível
acabado interno. Veja algumas formas de representação, sendo a forma L X H / P
a via de regra:
Não se escrevem unidades de medida nas
cotas. Todavia, estas unidades são normalizadas de acordo com as dimensões do
elemento a ser cotado. De acordo com a ABNT, para comprimentos maiores que um
metro, a unidade de medida da cota é o metro [m]. Se a cota for menor que um
metro, a unidade de medida é o centímetro [cm]. Para especificações em
milímetros [mm], utiliza-se a notação sobrescrito sublinhada para representar o
valor da cota. Estas especificações não servem para cotagem de nível, que
sempre possui o metro [m] como unidade.
A cotagem de nível utiliza os símbolos [1]
e [2], sendo o primeiro utilizado em plantas, com a indicação de nível acabado
e nível em osso da superfície, em relação a um plano estabelecido como marco
zero. Abaixo deste, são usados níveis negativos e, trivialmente, positivos
acima. O segundo é usado em cortes e fachadas (sendo o único tipo de cotagem
aceito nesta última), apesar de que o símbolo [1] seja permitido. Nas cotagens
de nível de cortes e fachadas, apenas interessa o nível acabado, não havendo
especificação por sigla (N.A. ou N.O.). Não se deve cotar o nível de cada
degrau de uma escada, apenas de seus patamares.
Além de todas as regras de cotagem
apresentadas, a maior de todas as regras é a legibilidade e funcionalidade na
disposição dos elementos de construção das cotas, buscando ao mínimo possível
que ocorram cruzamentos entre linhas de cota e auxiliares, linhas de
cota/auxiliares/números com o desenho incluindo as hachuras; que as letras
sejam limpas, isentas de detalhes curvos e rebuscados. A funcionalidade exigida
na elaboração das cotas se faz necessária pensando nas etapas de execução do
projeto arquitetônico descrito, de forma que não sobre margens para futuros cálculos.
□
>> Gostou desta postagem? Compartilhe!
5 Comentários
Gostei da postagem, apenas faltou relacionar as fontes das informações.
ResponderExcluirAgradeço o seu comentário, Marcelo. Neste post, foram usadas as normas citadas acima como fonte de consulta. Também foram usadas informações de meu know-how, as quais eu não tenho um titulo específico de bibliografia. Aliás, em vários posts não o faço apenas por acrescentar conhecimentos meus, mas tenho o cuidado de buscar informações em diferentes locais de nome consagrado e em livros 📚 de bons autores. Em transcrições literais, eu coloco sempre a fonte.
ExcluirUm excelente final de ano,
O Mestre Blogueiro
Muito boa essa postagem, ajudou muito. Obrigada.
ResponderExcluirMuito obrigada, ajudou bastante o seu texto, muito bem sintetizado.
ResponderExcluirMuito obrigado, @Adriana Silva!
ResponderExcluirSeu comentário será publicado em breve e sua dúvida ou sugestão vista pelo Mestre Blogueiro. Caso queira comentar usando o Facebook, basta usar a caixa logo abaixo desta. Não aceitamos comentários com links. Muito obrigado!
NÃO ESQUEÇA DE SEGUIR O BLOG DO MESTRE NAS REDES SOCIAIS (PELO MENU ≡ OU PELA BARRA LATERAL - OU INFERIOR NO MOBILE) E ACOMPANHE AS NOVIDADES!