Dentre todos os mecanismos de corrosão
existentes, predominará um deles, de acordo com o material e o meio corrosivo
envolvido. Podem ser de dois tipos: Eletroquímico ou Químico.
A Corrosão
Eletroquímica ocorre devido ao fluxo de elétrons entre dois materiais, o ânodo
(que sofre oxidação) e perde elétrons, cedendo-os ao cátodo (que, por sua vez,
sofre redução), e também pela diferença de potenciais de oxidação e redução,
respectivamente, entre eles. Envolve a participação de uma solução
eletrolítica, que permite a movimentação de cargas elétricas. As soluções eletrolíticas
mais comuns são soluções aquosas, gases atmosféricos, solo (pois pode conter
significativas quantias de umidade e sais dissolvidos) e sais fundidos. Vejamos
agora os tipos de corrosões eletroquímicas:
i) Formadas
por materiais (eletrodos) distintos: ocorre ligando-se dois metais ou ligas,
por exemplo, e, concomitantemente, imergindo-os em um mesmo eletrólito (solução
eletrolítica). Forma-se uma pilha de corrosão galvânica. Exemplo:
1) Transpasse de armaduras no concreto com diferentes
qualidades de aço. Pelo fato de o concreto ser um material poroso, há solução
eletrolítica. Existe tendência de perda de elétrons pelo aço menos nobre
(ânodo) e consequente ganho pelo aço mais nobre (cátodo).
ii)
Formadas pelo mesmo material, mas com eletrólitos em diferentes concentrações: também
chamadas de pilhas de concentração iônica. Exemplos:
2) Durante as tentativas de recuperação estrutural, pode
ocorrer problema devido ao fato de que o concreto demora bastante tempo para
atingir sua configuração final. Ao recobrir, por motivo de reparação, uma mesma
armadura de aço com diferentes concretos (o original da obra e o restauro), se
criam regiões de pH’s distintos, sendo este maior na zona recuperada, a qual
tornará o aço que envolve uma região catódica, e nos demais pontos, região
anódica.
3) Duas barras de cobre, imersas em soluções aquosas de
íons Cu2+, em concentrações de 0,35 mol ∙ L-1 e de 1,40 mol ∙ L-1,
respectivamente. Com esta configuração, forma-se região anódica na primeira
barra e catódica na segunda.
iii) Formadas
pelo mesmo material e mesma concentração de eletrólito, mas com diferentes
teores de gases em solução: também chamadas pilhas de aeração diferencial, são
pilhas formadas por pilhas de mesmo material e mesma concentração eletrolítica,
mas apresentam diferentes teores de gases dissolvidos, sendo geralmente
oxigenação diferencial. Quando há mesmos metais e eletrólitos, estes fatores
não influem na diferença de potencial, que é dada pelo oxigênio dissolvido,
segundo a reação:
2H2O
+ O2 + 4e- → 4OH-
(Eº = 0,401 V)
Utilizando a equação de Nernst, onde se
pode usar a pressão do gás oxigênio ao invés da Atividade do gás, a 25ºC e n
(número de elétrons envolvidos) igual a 4, tem-se que:
E = Eº - (RT/nF) ∙ log(a[composto reduzido]/a[composto oxidado])
Ecátodo (redução)
= 0,401 – (0,0591/4) ∙ log (a[OH-]/P[O2 cátodo])
Eânodo (oxidação)
= 0,401 – (0,0591/4) ∙ log (a[OH-]/P[O2 ânodo])
Calculando o potencial da pilha, com Epilha
= Ecátodo
+ Eânodo,
e reagrupando os termos, temos:
Epilha
= (0,0591/4) ∙ log (P[O2 cátodo]/
P[O2 ânodo])
Para que o potencial da pilha (ddp) seja
maior do que zero (reação espontânea), a pressão do oxigênio no cátodo deve ser
maior do que no ânodo, logo o cátodo é o eletrodo mais aerado.
Exemplo:
4) Pilares revestidos parcialmente com pastilhas
cerâmicas geram maior aeração nas zonas desprotegidas, que se tornam zonas em
que o aço se torna um cátodo, sendo as regiões protegidas pelas pastilhas menos
aeradas e o aço constante nestas zonas formando um ânodo.
A presença de sujeiras (produto da
corrosão) e trincas/fissuras no concreto também podem potencializar a corrosão,
pelo fato de auxiliarem/dificultarem a passagem de oxigênio, influenciando na
aeração diferencial.
Em ii) e iii), ocorrem as chamadas
corrosões de concentração, em que ocorre a formação de região catódica na
região imersa em maior concentração de gases dissolvidos ou eletrólito, sendo,
por conseguinte, a região anódica a que possuir menor concentração de um destes
elementos.
iv)
Formadas à temperaturas distintas: são também chamadas de pilhas termogalvânicas,
são formadas pelo mesmo material e concentrações, mas com eletrodos a
diferentes temperaturas. Experimentalmente, este tipo de pilha não é definida
apenas pela diferença de potencial. A temperatura influencia a velocidade da
corrosão, aumentando a difusão de cargas e a eliminação de gases dissolvidos. A
formação de películas protetoras é afetada, com o aumento da porosidade e da volatilidade
desta película.
A Corrosão Química se trata de um ataque por
agente químico presente no meio corrosivo sobre o material. Também chamada de
corrosão seca, não necessita de água ou de solução eletrolítica, por não haver
migração de cargas, tampouco formação de polos elétricos. Exemplos:
5) Corrosão do zinco em presença de ácido sulfúrico. (Um
caso real deste exemplo é o ataque da chuva ácida sobre o telhado – se este for
de zinco - de residências):
Zn + H2SO4 → ZnSO4 + H2
6) Corrosão do PET em solução ácida.
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