Considere um espaço vetorial V, e um
operador linear T: V → V, e um vetor V pertencente a este espaço. Se, ao
aplicar T(v), o vetor imagem for múltiplo escalar de v, especificamente
múltiplo pertencente aos reais, dizemos que v é autovetor de T, e o escalar obtido em todas as divisões entre
componentes de T(v) pelas componentes de v, é dito autovalor associado ao autovetor
v. Este autovalor, representado por λ,
portanto, é tal que T(v) = λv.
Vejamos alguns exemplos:
1 – Seja T: V → V
transformação linear dada por (x, y) → (4x + 5y, 2x + y). O vetor v = (5, 2) é
autovetor de T?
Primeiramente, aplicamos T em v, obtendo o
vetor (30, 12). Em seguida, pelo método dado pela definição, observamos os λi’ s obtidos pela divisão da
respectiva componente da imagem pela componente original. Se estes λi’ s forem iguais, v é um autovalor de
T.
30/5 = λ1 = 6; 12/2 = λ2
= 6.
Como λ1 = λ2 = 6, v é autovetor de T, e 6 é o
autovalor associado.
2 – Com o mesmo operador
linear do exemplo anterior, w = (1, 2) é autovetor de T?
Analogamente,
T(1, 2) = (14, 4)
14/1 = λ1 = 14; 4/2 = λ2
= 2.
Como λ1 é diferente de λ2, w não é autovetor de T.
Para vetores específicos, é possível saber
quais destes são ou não autovetores por simples verificação. Entretanto, quando
se deseja saber todos os autovetores de uma transformação linear, ir por
tentativa e erro não é a melhor saída. Visto isso, há um método especial que
permite o cálculo de todos os autovalores e autovetores.
Inicialmente, para T: U → U um operador
linear qualquer. Há uma matriz de transformação para a mesma base, [ T ]B , relacionado a um polinômio chamado Polinômio
Característico, cuja expressão é dada por PT
(t) = det( [ T ]B – t ∙ I ), sendo t a variável deste polinômio e I a
matriz identidade de ordem correspondente à matriz T de transformação linear
(caso contrário, seria inviável tal operação). A Base B geralmente usada é a
base canônica do espaço vetorial U. Entretanto, havendo outras base B’ e B”,
por exemplo, não há alteração no polinômio característico. Logo, PT (t) = det( [ T ]B – t ∙ I ) = det( [ T ]B’ – t ∙ I ) = det( [ T ]B” – t ∙ I ).
Para qualquer operador linear T, as raízes
reais de PT (t) são os (únicos) autovalores de T. E
dentre estes autovalores, não há apenas um autovetor associado, mas um
subespaço vetorial de V que contém todos os autovetores associados a um dado
autovalor. Este Subespaço é chamado Autoespaço associado à λ,
para λ
autovalor de T.
Vejamos mais um exemplo:
3 – Dado o operador linear
T: IR² → IR², definido por (x, y) → (4x + 5y, 2x + y), quais são os todos
os autovalores e autovetores associados?
A matriz de transformação canônica é dada
por:
T = |4
5|
|2 1|
Destarte, o Polinômio PT (t) será dado por:
det|4- t
5|
|2
1-t|
PT (t) = (4 - t) ∙ (1 - t) - (5 ∙ 2) = t² - 5t - 6.
As raizes de PT (t) são t’ = 6 e t” = -1, que são os autovalores de
T.
Agora, iremos
calcular os autoespaços associados:
V-1 = {(x, y) E IR² / T(x, y) = -1 ∙ (x, y)}
V-1 = {(x, y) E IR² / (4x + 5y, 2x + y) = -1 ∙ (x, y)}
Através de um sistema, descobrimos que x =
-y nestes casos. Portanto:
V-1 = {(-y, y) E IR² } = [(-1, 1)] (conjunto gerado por
(-1, 1)).
Agora, com o autoespaço associado à 6,
após procedimento análogo:
V6 = {(5y/2, y) E IR² } = [(5/2, 1)].
Deste procedimento, sabemos que os
autovetores de T são a união entre [(-1, 1)] e [(5/2, 1)].
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