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A velocidade de uma combustão é afetada
por diferentes fatores, entre eles a granulometria do combustível sólido, pois
quão maior a área de contato disponível, maior a probabilidade das colisões
necessárias à ocorrência de reação com o oxigênio (puro ou no ar atmosférico)
por grama de combustível. O estado físico interfere na combustão, que é facilitada
quando o combustível se encontra no estado gasoso, os líquidos voláteis vêm em
seguida e, por último, os sólidos. Os gases reagem mais rapidamente
principalmente pela granulometria.
A concentração do comburente é outro fator
que interfere na velocidade, sendo que o ar puro (gás oxigênio) é mais
eficiente que o ar atmosférico, que possui cerca de 23% deste gás. Até mesmo
para fins de cálculo, os demais gases são considerados inertes. Para promover o
aumento desta concentração, costuma-se injetar o comburente com relativa força,
a fim de promover colisões mais rápidas por aumentar o contato entre o oxigênio
e o combustível.
A perda de calor precisa ser evitada para
que as reações de combustão ocorram mais rápido, pois o próprio calor gerado
pode ser usado para acelerar as reações seguintes. Fornalhas e câmaras de
combustão devem ser projetadas para evitar a dissipação.
As principais propriedades de um
combustível, além dos pontos de fulgor, combustão e ignição já citados, são a
composição química elementar (usada em fórmulas empíricas como a fórmula de
Dulong), composição química gasosa, viscosidade e ponto de fluidez (para
combustíveis líquidos); umidade total, cinzas, matéria volátil, carbono fixo e
granulometria (para carvões principalmente, além de outros combustíveis sólidos
no caso de granulometria); para todos os tipos a densidade e o poder calorífico
por unidade de volume.
A composição química elementar, expressa
em percentagem em massa, indica o teor de cada elemento químico e de cinzas
existente no combustível, consistindo em um processo químico analítico que
possibilita determinar teores de carbono, hidrogênio, nitrogênio, enxofre
presentes em um combustível. A diferença entre os demais teores incluindo
cinzas e o total indica o percentual de oxigênio.
Representada em percentagem volumétrica, a
composição química gasosa é obtida através de cromatografia em fase gasosa.
Percentagens de cinzas, umidade total,
matéria volátil e carbono fixo de carvões são obtidas através de um
procedimento chamado Análise Imediata, que é um conjunto de processos de análise,
em que se determinam:
1 - % de umidade total: segundo a norma
NBR 8293/83, é dada com a medição de massa antes e depois de aquecimento do
carvão a 105ºC em estufa, por uma hora;
2 - % de cinzas: segundo a norma NBR 8289/83,
a amostra em que já fora medida a umidade deve sofrer combustão em forno Mufla
em atmosfera oxidante com ou sem adição do gás oxigênio. Mede-se a massa do
resíduo gerado, que é convertida a teor de cinzas;
3 - % de matéria volátil: pela norma
técnica NBR 8290/83 baseia-se nos destilados voláteis do carvão seco,
desprendidos durante o aquecimento com rígidos controles de temperatura, massa
e tempo. Maior quantia de matéria volátil indica carvão com maior facilidade de
combustão
4 - % de carbono fixo: de acordo com a norma
técnica NBR 8299/83, subtrai-se de 100% a soma das demais porcentagens, de
umidade, cinzas e matéria volátil. O restante é o teor de carbono fixo, que é
um parâmetro usado para cálculos de balanço energético e caracterização de carvões.
A viscosidade representa a resistência que
um fluido oferece ao ser movimentado. A menor temperatura em que o combustível
líquido flui é chamada ponto de fluidez, sendo necessário conhecer estas duas
características para estocagem, bombeamento e entrada nas câmaras de combustão.
Densidade é a relação entre massa e volume
de um material, sendo usada entre os combustíveis como parâmetro em paralelo ao
poder calorífico, observada a reação entre uma e outra. O poder calorífico pode
ser expresso em J/kg, J/m3,
Kcal/kg ou Kcal/m3.
O poder calorífico superior é a quantidade de calor que libera uma
unidade de massa ou volume queimada em combustão completa do combustível seco,
sendo que a água proveniente da queima do hidrogênio é condensada no estado
líquido. O poder calorífico inferior é a quantidade de calor expressa em
unidade de energia por unidade de volume ou massa que é gerada após a queima
desta quantia do combustível seco, permanecendo a água proveniente da queima de
hidrogênio na forma de vapor. A diferença entre os valores de poderes
caloríficos superior e inferior é o calor latente de vaporização da água. A
granulometria também influi nas condições de estocagem e velocidade de reação.
Em breve, veja mais sobre este assunto
neste blog, e saiba mais sobre partes de uma chama, como determinar o poder
calorífico superior e inferior, além de análises dos gases de combustão, com
métodos de cálculo. Veja uma tabela de alguns poderes caloríficos de
combustíveis, clicando aqui.
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