Conheça as partes e o funcionamento da orelha humana


Chamada antigamente de ouvido, conforme o último acordo de nomenclatura, o órgão vestíbulo-coclear ou estato-acústico passou a ser denominado corriqueiramente de orelha. A parte responsável pelo equilíbrio, antes chamada ouvido interno, passou a ser chamada de ouvido, onde se encontra uma estrutura chamada labirinto. É dividida em três: orelha externa, orelha média e orelha interna (ou ouvido); sendo localizada em sua maior parte no osso temporal da caixa craniana. Está presente aos pares nos seres humanos e em outros mamíferos, podendo distinguir cerca de quatrocentos mil sons diferentes. Alguns animais não o possuem.
A orelha externa é composta pelo pavilhão auditivo, que é a região visível da orelha. O pavilhão é constituído por tecido cartilaginoso (um tipo de tecido conjuntivo) recoberto por tecido epitelial. Esta estrutura tem como função captar e canalizar sons que serão levados à orelha média. Também compondo a orelha externa, há o canal auditivo externo ou meato auditivo, que possui cerca de três centímetros de comprimento e está localizado internamente ao osso temporal. Neste canal, há pelos e glândulas que produzem um tipo de lipídeo (gordura) chamado cerídeo ou popularmente cera de orelha. Assim como o muco nasal, a cera possui como função reter impurezas  como pó e microrganismos e impedir a sua entrada em nosso organismo. Quando ela está saturada de sujeira, é expelida para fora do meato indo parar no pavilhão e, então, pode ser removida por questões de higiene, de preferência com o uso da própria toalha de banho. Por sua função de proteção, a cera das regiões mais internas não deve ser removida.
Por meio de um anel fibroso chamado anel timpânico, está fixa à extremidade do meato auditivo uma membrana delicada denominada membrana timpânica ou simplesmente tímpano. Outro motivo de não ser aconselhável a higienização em locais mais profundos do canal auditivo é o risco de rompimento desta membrana, que pode ocasionar a surdez em uma das orelhas.

[Argosy]

A orelha média é composta por um grande espaço vazio que também está dentro do osso temporal e por três ossinhos levemente afixados por ligamentos à parede da orelha, chamados martelo, bigorna e estribo; devido ao formato destes ossos, que estão presentes apenas nos mamíferos. Ligado ao tímpano está o ‘cabo’ do martelo, o estribo estabelece conexão com o ouvido ou orelha interna através de uma cavidade chamada janela oval. As vibrações da membrana timpânica são transmitidas, assim, a estes ossinhos, que já estão no tamanho definitivo.
Possuímos a sensação de não estar ouvindo direito quando viajamos para regiões com altitudes diferentes e, portanto, com pressões atmosféricas diferentes. Esta sensação ocorre por que a cavidade timpânica da orelha média precisa estar com uma pressão interna igual à pressão externa, e, a mudança em viagens e mais brusca e perceptível. Através de outro canal, a tuba auditiva, a orelha média estabelece contato com a faringe, permitindo a oxigenação desta região e equilibrando a pressão interna.
A orelha interna ou labirinto consiste em escavações no osso temporal, comunicando-se com a orelha média através das janelas oval e redonda, e é dividida em regiões com função auditiva e regiões com função de equilíbrio.
A parte anterior do labirinto é denominada cóclea ou caracol, que é um aparelho formado por tubos espiralados, sendo três distintos: escalas ou rampas timpânica, vestibular e média ou coclear; ambos separados por membranas.  As rampas vestibular e coclear são separadas por uma membrana tão fina que permite a passagem de sons entre os dois. Adequada à necessidade de separar os líquidos que preenchem estas cavidades, de composição química distinta e, extremamente necessários à perfeita captação do som pelas células receptoras. Entretanto, a membrana basilar, que separa a escala média da timpânica é bastante resistente porque é preciso, nesta região, bloquear a passagem de som. As fibras basilares, cerca de vinte e cinco mil, em forma de palheta, que se projetam em um dos lados da membrana e aparecem em toda a sua extensão. A espessura destas fibras se altera de mais finas quão próximas da janela oval a cerca de duas vezes mais grossas na porção superior da cóclea. Sobre a superfície da membrana basilar há o órgão de Corti, composto por células sensoriais (nervosas ciliares). Recobrindo este órgão e as células ciliares existe uma membrana chamada tectórica.
A parte posterior do labirinto é composta pelos canais semicirculares e pelo vestíbulo. Este último tem em sua parte anterior a abertura para o canal coclear e em sua parte posterior as cinco aberturas dos canais semicirculares, que atuam apenas no equilíbrio do corpo.
Os canais semicirculares contêm líquido, estando um localizado em um plano horizontal e dois no plano vertical, no labirinto superior de cada uma de nossas orelhas. A crista ampular está no término de cada um destes canais. Em forma de folha, esta crista contém tufos pilosos (ciliares), que se projetam de células ciliares que se assemelham às maculares.
O vestíbulo é preenchido por um líquido denominado perilinfa e por duas bolsas membranáceas contendo a endolinfa (outro líquido), que são o utrículo e o sáculo, unidos pelos ductos utricular e sacular. Os dois possuem células sensoriais na região chamada mácula (assim como no olho, é uma região sensível a estímulos; veja também o post ‘Conheça as partes do olho’). Os olócitos ou otocônios são grãos calcificados presentes em uma massa gelatinosa, à qual as células nervosas basais da mácula projetam os seus cílios.
Toda esta estrutura permite com que, mesmo de olhos fechados, percebamos se o nosso corpo não está em posição adequada ou até mesmo caindo.  

Veja também: (Arte) Chuva de prata

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