Miscibilidade
e solubilidade são duas formas da propriedade de alguma substância poder ser dissolvida
em outra, de mesmo estado físico ou de estado físico diferente, respectivamente.
Para isso, vale a seguinte regra de ouro: “Semelhante dissolve semelhante”. Partindo
desta regra, devemos pensar em quê uma substância precisa ser semelhante à
outra para que as duas sejam miscíveis. A resposta a essa pergunta é a característica
das substancias chamadas polaridade. Óleo e água não se misturam porque a água
é polar (formam-se polos de acúmulo cargas positivas e negativas na molécula) e
o óleo apolar (não se formam estes polos).
Definimos
a polaridade de uma substância através da geometria molecular e da eletronegatividade
dos átomos envolvidos na ligação.
Eletronegatividade
é uma propriedade atômica que indica o quanto um átomo consegue atrair um par
de elétrons compartilhado numa ligação covalente. Para isso, usamos uma tabela
auxiliar, com base em medidas experimentais do cientista Linus Pauling:
Conhecendo
apenas a fórmula molecular de uma ligação química, às vezes, não conseguimos
definir se uma substância é polar ou apolar.
O
primeiro passo é ver as diferenças de eletronegatividades entre dois elementos
da ligação. Se a diferença (que passaremos a chamar de Δ) for entre 0 e
0,4; temos uma ligação covalente apolar, se Δ for entre 0,4 e 1,7, a ligação é covalente
polar e se for maior que 1,7, a ligação é iônica. Disso, se conclui que ligações
iônicas sempre geram substâncias polares, que se ligam a água com facilidade.
Já se tratando de moléculas de ligações covalentes, fazemos primeiramente o
cálculo das diferenças de eletronegatividades e olhamos a geometria molecular e
os pares de elétrons livres.
Na
molécula de tetracloreto de carbono (CCl4), há quatro ligantes
iguais e cada ligação é considerada covalente polar. Porém, os vetores de
dipolo se anulam e a ligação é apolar. Por isso, nas ligações químicas, é válido
conferir se o número de ligantes de um mesmo elemento é igual ao número de
ligantes iguais.
Trocando
um átomo de cloro por um de hidrogênio, temos o Clorofórmio (CHCl3)
e então, são quatro ligações e três ligantes iguais não havendo anulação dos
vetores de dipolo. Portanto, o clorofórmio é molécula covalente polar.
No
caso do Acetileno (Etino – C2H2), a geometria molecular é
linear e há diferenças de eletronegatividades entre H e C que permitiriam concluir,
a princípio, que o Acetileno é polar. Porém, como as ligações são iguais em
ambos os lados, os vetores de dipolo se anulam. Portanto, o Acetileno é
molécula covalente apolar.
Numa
molécula formada por um só elemento, como o Oxigênio (O2), não faz
sentido falar em polaridade, porque ambos os átomos irão atrair os elétrons
compartilhados na mesma intensidade.
Um
caso especial é o das moléculas polares e apolares ao mesmo tempo. Elas possuem
extremidades com cada uma destas características permitindo que sejam miscíveis
com substâncias polares e apolares. O sabão (de qualquer tipo) é um caso de
mistura que contém ésteres de triálcoois que conseguem unir a gordura e poeiras
daquilo que se deseja limpar e transportá-las com água, permitindo a limpeza de
objetos como conhecemos. A membrana plasmática de nossas células também possui
substâncias polares e apolares: os fosfolipídeos (o radical fosfato é polar).
O
Blog do Mestre recomenda as seguintes leituras sobre o tema:
FELTRE,
Ricardo. Química / Ricardo Feltre. – 6.ed. – São Paulo: Moderna, 2004
ATKINS,
Peter. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente
/ Peter Atkins e Loretta Jones; trad. Ignez Caracelli ... [et al.]. – Porto
Alegre: Bookman, 2001.
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