A Jesus Cristo crucificado estando o poeta para morrer.

       Meu Deus, que estais pendente de um madeiro
em cuja lei protesto de viver,
em cuja santa lei hei de morrer
animoso, constante, firme e inteiro; 

neste lance, por ser o derradeiro
pois vejo a minha vida anoitecer,
é meu Jesus, a hora de se ver
a brandura de um pai, manso cordeiro. 

Mui grande é o vosso amor e o meu delito;
Porém pode ter fim todo o pecar,
e não o vosso amor que é infinito. 

Esta razão me obriga a confiar,
que, por mais que pequei neste conflito
espero em vosso amor de me salvar. 

MATOS, Gregório de.


Na escola literária Barroca, os títulos extensos explicando o conteúdo do poema eram comuns, bem como o rebuscamento formal e o temor de Deus. 

Veja também: (Arte) A Antropofagia de Tarsila
            

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