A resposta é não. Ao longo dos tempos, a população mundial e o setor industrial conseguintemente cresceram, e cada vez mais aumenta a demanda de combustíveis, porém o esgotamento, apontado por alguns especialistas, já não é um medo constante, pois as reservas conhecidas podem manter o abastecimento confortável por mais cinquenta anos. Os três maiores problemas são o impacto ambiental causado pelo consumo de combustíveis fósseis (derivados de Petróleo e gás natural), as dificuldades técnicas na extração em locais de acesso mais difícil (necessitando investimentos cada vez maiores, veja o artigo de Sérgio Teixeira Júnior no quadro abaixo) como o Pré-sal, por exemplo, e instabilidade político-econômica relacionada ao preço do barril de petróleo no mercado internacional.
“Do potencial de produção à
profundidade em que se encontram os reservatórios de petróleo, a exploração dos
campos do Pré-sal será um dos maiores desafios tecnológicos já enfrentados no
Brasil – e certamente um dos mais caros também. Estima-se que somente o
desenvolvimento do campo de Tupi custe cerca de 20 bilhões de dólares. A
complexidade da operação para encontrar e extrair a enorme riqueza mineral do fundo
do mar é comparada por alguns com a exploração do espaço. ’Com a diferença de
que, para chegar à Lua, o homem precisou vencer apenas uma atmosfera e, para
atingir o Pré-sal, é preciso vencer 100’ [...]
Com base em informações geológicas
iniciais, é realizado um esquadrinhamento do fundo do mar. O trabalho é feito
com navios especializados, que fazem uma espécie de ultrassom da região. Esse
levantamento sísmico dá origem a centenas de gigabytes de informação
bruta. Tudo é jogado em computadores, máquinas cada vez mais importantes no
mundo do petróleo, para gerar imagens tridimensionais do que está no fundo do
mar e decidir, com o maior grau de precisão possível, qual é o ponto ideal para
fazer as primeiras perfurações. [...]
A Petrobras tem em seus quadros
alguns dos maiores especialistas do mundo em exploração de águas profundas e é
reconhecidamente uma das empresas líderes nessa modalidade de produção de
petróleo. Mesmo assim, ainda existem desafios técnicos de extrema complexidade
a resolver antes de começar a exploração comercial da área do Pré-sal. Um dos
mais importantes diz respeito à composição geológica dos terrenos que serão
perfurados. Além de vencer uma lamina d’água de 2 000 metros de profundidade, é
preciso ultrapassar uma camada de 2 quilômetros de rochas e terra e depois pelo
menos outros 2 quilômetros de sal. Em altas profundidades e submetida a uma
pressão intensa, essa última camada tem um comportamento incomum. ‘O sal tem características
fluidas, o que dificulta muito a perfuração’ diz José Formigli, gerente de
exploração da Petrobrás para a área do Pré-sal. [...] Outro gargalo tecnológico
envolve os dutos que conectam os poços às unidades de produção na superfície.
Conhecidos como risers, esses dutos precisam ser construídos para durar
pelo menos 20 anos, que é o tempo mínimo de produção de uma unidade em
alto-mar. Além disso, eles devem ser leves, pois seu peso é carregado pelo
navio ou pela plataforma a que estiverem conectados e, finalmente, têm de
resistir a anos de correnteza e corrosão, um problema especialmente agudo nas
áreas recém-descobertas devido à presença de dióxido de enxofre. [...] A
aventura do Pré-sal promete fortes - e caríssimas – emoções.”
TEIXEIRA JÚNIOR, Sérgio. A
bilionária saga do Pré-sal.
Exame, São Paulo, 21.
Ago. 2008
Visando
superar estes problemas, cresce o uso de biocombustíveis, cujas vantagens são:
a geração de renda para a Agricultura familiar, que é grande responsável pela
produção de soja, mamona, amendoim e demais matérias primas, que tendem a
crescer em demanda constantemente; do ponto de vista ecológico pela eficiência
em relação aos combustíveis tradicionais (veja a tabela abaixo) e promoverem a
reabsorção de dióxido de Carbono.
Os biocombustíveis geram uma polêmica
quanto à produção de matéria-prima para a fabricação. Muitos, como o suíço Jean
Ziegler, relator da ONU, acreditam que a ocupação de terras para a produção de
combustíveis pode afetar a produção alimentícia. Em contraponto, utilizam-se
resíduos como óleo de cozinha usado (potencialmente poluidor de recursos
hídricos) como matéria prima para a fabricação de biodiesel, sem que seja
afetada a produção de soja para alimentos.
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