A influência da cultura africana pode ser
observada na culinária, nas artes, nos esportes, no misticismo e na própria
religião; o que ocasionou um sincretismo cultural que dificulta a delimitação
entre a cultura advinda de etnias brancas e a introduzida pelos negros.
O povo negro enriqueceu o vocabulário
brasileiro com algumas palavras como: marimbondo, acarajé, tanga, cochilo,
samba, cachaça, maxixe, capenga, quindim, canjica, zabumba, tunda, moleque,
gambá, carimbó, macumba, etc. e nomes próprios como: Yuri/Iuri, Jurema, Josefa,
etc.
[Imagem: Fábio no mundo]
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Na música, os africanos acresceram o uso
de tambores e alguns ritmos novos. O samba, ritmo que hoje é patrimônio da
Humanidade, é um desses ritmos. Aos anos 30, surgiram as primeiras escolas de
samba as quais tiveram resistência, no entanto agradaram ao gosto popular e
pouco a pouco se arraigaram à nossa cultura.
A capoeira, bem como o samba, sofreu
resistência popular. O samba fora alojado em escolas de samba e a capoeira em
academias. Esse esporte ganhou as proporções atuais graças a Mestre Bimba, que
o popularizou de forma que até mesmo estudantes universitários de classe média
alta baiana passaram a frequentar academias de Capoeira.
Outras manifestações culturais negras
também foram alvo da repressão pela sociedade como: revira, entrudo e lundú
negros.
No que se refere à Culinária, a
contribuição do negro também foi de grande importância. Destacam-se o quibebe e
mocotó, pratos criados pelos negros nas estâncias, dos quais os miúdos e as
patas dos bois que eram dispensados
pelos fazendeiros serviam aos escravos como ingredientes de suas receitas, o
que ocorria também com os pés de porco, usados na preparação de feijoadas. Além
dos pratos já citados, também trouxeram à culinária brasileira: paçoca,
tapioca, quindim, acarajé, bolo de fubá e bobó. Iniciaram o consumo de feijão
mulatinho, inhame e dendê, bem como adotaram o costume indígena de comer aipim.
As religiões africanas se subdividiram e
se misturaram às crenças aqui existentes gerando o Candomblé e a Cacumba, por
exemplo. Cada santo católico tem seu “correspondente” orixá. Estas religiões
possuíam algo em comum com a religião Católica no sentido de que brancos e
negros acreditavam que promessas, oferendas e rezas devem ser feitas em
pagamento à “graças alcançadas” e destinavam-se a satisfação de algum desejo
material ou ideal.
Ao vir para o Brasil, os negros não
tiveram liberdade religiosa, pois suas crenças eram consideradas “Arte do
Diabo” e no Brasil Imperial atentado contra a civilização.
Quando as religiões africanas com seus
batuques religiosos passaram a ser aceitas, não foi por bondade e sim por
conveniência política, para manter as massas “calmas”, pois representava um
perigo iminente a manutenção das proibições. As autoridades coloniais,
imperiais e provinciais, senhores, padres e policiais se dividiram entre
tolerar e reprimir a prática de seus cultos religiosos.
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