A ortotanásia e a questão do sofrimento ou esperança

Ciência & Saúde



A opção sobre o que fazer ou não com a própria vida é um prato cheio para discussões por si só. Enquanto alguns acreditam que se deve estabelecer parâmetros para casos complexos como o aborto, outros acreditam que cada mulher deve decidir por sua conta se o fará ou não, sem maiores consequências legais. Nessa mesma linha há as visões sobre prolongamento da vida, eutanásia e ortotanásia.

http://www.oblogdomestre.com.br/2018/01/Ortotanasia.CienciaESaude.html
[Imagem: Oxford]



No Brasil, ainda não existem todas essas opções. Falar em eutanásia, por exemplo, é uma discussão sobre um tema alheio à nossa realidade. E a ortotanásia, em si, faz parte do contexto brasileiro, mas não encontra pleno amparo legal. O Código de Ética do Conselho Federal de Medicina já a abrange, mas as Leis brasileiras não possuem disposição favorável a respeito.

A ortotanásia é uma prática de mitigação de desgastes a um paciente cujos tratamentos não apresentem mais resultado efetivo na reversão de um quadro sério de uma doença terminal. O tratamento em si ou a manutenção da vida por forma artificial não ocorrem, mas práticas para reduzir possíveis dores. Diferentemente da eutanásia, não há fim programado da vida por vontade do paciente. 

Assim como a ortotanásia, outras formas não convencionais de “tratamento”, como terapias alternativas contra o câncer, são frequentemente postas em discussão. Apesar de menos agressivas, não apresentam chances reais de cura. Essas terapias não podem ser consideradas ortotanásia, pois há a expectativa pelo fim da doença com os procedimentos realizados.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                
É comum consolarmos aos outros, em situações de velório, dizendo que o falecido deixou de sofrer. Para algumas pessoas, a vida provida de sofrimento, dores e sintomas de doença não vale a pena para ser vivida. Por outro lado, certos indivíduos creem que a vida é uma luta diária, da qual sempre terão desafios a serem superados – por mais que sintam dor, a esperança os faz sentir vivos.

A forma com que as pessoas lidam com a morte ou outros acontecimentos graves e/ou irreversíveis é bastante distinta. A possibilidade do fim pode fazer algumas pessoas ficarem transtornadas, enquanto outras podem querer viver cada dia como se fosse o melhor de todos. 

O fato é que a vida resumida pelo sofrimento ou a esperança que pode não se tornar realidade são dois pontos que fazem nem a opção pelo tratamento convencional, nem a ortotanásia serem opções perfeitas. Sendo a vida o bem mais precioso que o ser humano carrega, é difícil e doloroso pensar em seu fim. Qualquer decisão é irreversível, e a sociedade brasileira precisará amadurecer melhor essas ideias, a fim de dar amparo legal às decisões individuais, dentro de parâmetros bem estruturados. Também é preciso amparar legalmente os profissionais de saúde, que não podem ser responsabilizados criminalmente em caso de falecimento, considerando uma futura legalização da ortotanásia.

E você, o que pensa sobre esse tema? Sua valorosa opinião pode ser deixada logo ali, nos comentários!


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