Química
O ozônio consiste em um gás presente na
atmosfera, composto por três moléculas de oxigênio (O3). Muito se
ouve falar da camada de ozônio, que seria importante para a manutenção da vida
na Terra, mas existem outras aplicações práticas desse gás, como o efeito de
desinfecção. Vamos ver a seguir estas duas grandes utilidades desse gás com
maiores detalhes.
[Imagem: Uberzon] |
A camada de ozônio consiste em uma espécie
de filtro, localizado de 25 a 30 km da superfície – na estratosfera. A forma
mais estável de gás composto por oxigênio é justamente o gás oxigênio (o que
era de se esperar, dada a disparidade de presença de um e outro gás), então o
ozônio acaba passando constantemente de gás ozônio para gás oxigênio. Os raios
ultravioleta contribuem nesse processo. A reconversão também ocorre na
estratosfera, recompondo a camada.
Essa camada existe naturalmente, porém a
ação humana, segundo estudos ao longo dos últimos anos, contribuiu para
produzir falhas nessa camada, o que seria extremamente nocivo à nossa saúde,
por conta de haver passagem direta de todos os raios UV. A liberação de
compostos com CFC’s (clorofluorcarbonos), presentes em aerossóis, compressores
de geladeiras mais antigas e outros produzia a abertura de ‘buracos’ na camada
de ozônio, por meio da produção de oxigênio e de monóxido de cloro. Como
alternativa, outros gases passaram a ser usados em refrigeradores e os atuais
aerossóis utilizam os HCFC’s (hidroclorofluorcarbonetos), com metade da
capacidade destrutiva dos CFC’s e que causam efeitos danosos em termos de
aquecimento global. O próximo desafio é a eliminação destes compostos por
outros não mais nocivos e que atendam aos requisitos de desempenho esperados.
Já o ozônio como elemento de desinfecção é
algo produzido por ação humana, diferentemente deste gás como camada estratosférica.
No tratamento de água ou mesmo de esgoto, a cloração é o processo mais usual de
remoção de microrganismos patogênicos, sendo o preferido por seu preço e por
seu efeito prolongado (consegue-se garantir um residual de cloro até nos pontos
mais desfavoráveis, garantindo água potável livre de microrganismos patogênicos
em toda a rede), em contraponto a outros sistemas que apenas desinfetam
momentaneamente. Entretanto, há estudos que indiquem subprodutos nocivos (trialometanos)
gerados pelo cloro e outros compostos residuais presentes na água. Ainda assim,
é uma boa alternativa no tratamento, e não se deve dispensar a água da
concessionária, dada a segurança no consumo, por esta ser potável.
O tratamento com ozônio, por sua vez, não
gera esses subprodutos, pode ser muito mais rápido e com poder de oxidação 50 %
maior do que dos compostos à base de cloro. O ozônio é facilmente perceptível a
baixas concentrações por seu odor forte. Sua produção ocorre quando uma
corrente alternada de alta tensão é descarregada na presença de oxigênio, sendo
este oxigênio ou puro ou presente no ar (exige-se um tratamento prévio, dado
que o ar possui outros gases não interessantes no processo). Por fim, será
aumentada a quantidade de ar na água ou no esgoto, o que, neste último, é
benéfico à vida aquática no corpo receptor.
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