Poema de Saudade

Música

 
[Foto: Wikipedia]

 

A mui linda milonga Poema de Saudade foi a campeã da 23ª Guyanuba da Canção Nativa, que aconteceu de 08 a 11 de agosto de 2013 na cidade gaúcha de Sapucaia do Sul. O cantor que defendeu a obra, Matheus Leal, conquistou o prêmio de melhor intérprete e a violinista Clarissa Ferreira foi premiada como melhor instrumentista. A letra, que se encontra abaixo, é de autoria de Rafael Oliveira Ferreira, conhecido popularemente como Trambeio e música de Lucas Ferreira:

 

“Saudade é beijo de chuva, nos lábios verdes do pasto,
É trança de laço velho, que às vezes anda de arrasto,
Corruíra sem ter rancho, estribo sem ter o pé
Saudade é flor na corrente, fugindo do aguapé. 

Saudade é lã esquilada que se separa da ovelha,
É mel novo adocicado, que se extraviou das abelhas,
Noite fumaça sem lua, pressentindo um temporal,
Saudade é baba que escorre junto ao mascar de um bocal. 

Saudade é grilo cantante, em madrugada ventosa,
É cabelo sem adornos, sentindo falta da rosa,
É cusco que não regressa depois varar a sanga,
Saudade é vida esvairada depois que uma faca sangra. 

Saudade é ser o que era, é ruga em faces de velho
É cruz de pedra sem nome, que mora num cemitério,
É homem de cerda moura que muita história conhece,
Saudade é morte nos olhos do sal que motiva a prece. 

Saudade é uma pataquada, história de tarde inteira,
É potro que não se amansa sujeito ao dom da soiteira,
É vaca que berra triste ao se apartar de um terneiro,
Saudade é cheiro de terra num chuviscar veraneiro. 

Saudade é dor de um barreiro, ao despencar o seu mundo,
É touro da guampa suja, num caponete do fundo,
É prenda que vive a espera, é peão que vive campeando,
Saudade é amor em distância que se apequena cantando”.

 


 

 

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