Manhã de Maio


Lá fora a natureza, alegre e verdejante
Expande-se ao calor do sol da primavera...
Gorjeia a patativa um canto inebriante,
E como que sorri contente a atmosfera. 

Parece que a campina, esplêndida e brilhante,
Em vestir-se de rosa e de jasmim eu espero,
Como a noiva gentil que, trêmula e hesitante,
Com cuidado se veste e o lindo noivo espera... 

E enquanto, em frente a mim, duas pombinhas mansas,
Mais brancas do que a alma ingênua das crianças,
Conversam sobre o amor, beijando-se em delírio... 

Eu penso em ti, compondo esta canção florida,
Que quisera enviar-te, oh minha flor querida,
Escrita a tinta azul nas pétalas de um lírio.

BILAC, Olavo.

Veja também: (Arte) Diariamente

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